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segunda-feira, 29 dezembro, 2025
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Careca do INSS: mensagens revelam lobby por canabidiol no SUS

Por Alexandre Gomes

Mensagens apreendidas pela Polícia Federal indicam que Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, tentou articular no Ministério da Saúde um acordo para fornecimento de produtos à base de canabidiol ao Sistema Único de Saúde (SUS), sem processo licitatório. A iniciativa teria sido conduzida por meio da empresa World Cannabis.

Em 6 de novembro de 2024, o lobista enviou mensagem a um contato afirmando: “Berger já está com aquela orientação em mãos”. A referência seria a Swedenberger do Nascimento Barbosa, então secretário-executivo do Ministério da Saúde e atualmente integrante do gabinete do presidente da República.

As informações apontam ainda o envolvimento da empresária Roberta Luchsinger, próxima de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha. Registros indicam que ela acompanhou o lobista em reuniões no ministério e participou da articulação relacionada à cannabis medicinal.

Agenda recorrente no Ministério da Saúde

A agenda pública de Swedenberger registra que o lobista esteve no Ministério da Saúde ao menos cinco vezes entre março de 2024 e fevereiro de 2025. Em nota, o governo afirmou que os encontros foram visitas institucionais e que não resultaram em qualquer processo de compra.

O então secretário-executivo deixou o cargo em março, quando Alexandre Padilha assumiu o comando da pasta no lugar de Nísia Trindade. Em mensagens atribuídas ao lobista, ele chegou a antecipar a troca no ministério e afirmou que “nossos projetos foram assumidos pelo novo ministro”.

O Ministério da Saúde declarou que o canabidiol não está incorporado ao SUS e que não existe processo ativo para sua inclusão ou aquisição.

PF investiga Roberta Luchsinger

No curso da investigação, a Polícia Federal identificou mensagens em que Roberta Luchsinger pede ao lobista que se desvincule formalmente de empresas e sugere que ele descarte aparelhos telefônicos. Apesar disso, o material foi apreendido.

A PF apura repasses financeiros que somariam cerca de R$ 1,5 milhão feitos pelo lobista à empresária. Em uma das transferências, ele teria indicado que o dinheiro seria destinado a “o filho do rapaz”, expressão que levantou suspeitas entre os investigadores.

O lobista foi preso em nova fase da Operação Sem Desconto, que apura fraudes envolvendo descontos indevidos em benefícios do INSS. Em depoimento à CPMI do INSS, ele confirmou ter mantido negócios com Roberta Luchsinger, mas afirmou que a consultoria “não prosperou”.

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