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domingo, 22 dezembro, 2024
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Canetada nos Correios deixa funcionários Sem 13º Salário

Por Alexandre Gomes

Uma decisão assinada pelo presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, deixou milhares de funcionários da estatal, ativos e inativos, indignados após verem quase todo o seu 13º salário confiscado. O motivo é a antecipação do pagamento de uma dívida bilionária da empresa com o Postalis, fundo de pensão dos trabalhadores.

Em fevereiro deste ano, Fabiano assinou um Contrato de Confissão de Dívida reconhecendo um débito de mais de R$ 7,5 bilhões com o fundo. A dívida, que estava sendo discutida judicialmente, teve o pagamento acelerado com a decisão, o que resultou no desconto de até 75% no 13º salário de muitos servidores, participantes do Postalis BD.

Funcionários revoltados com valores irrisórios

O impacto foi devastador para os trabalhadores. Documentos apontam que alguns servidores receberam valores absurdamente baixos, como R$ 90, referente ao 13º salário. A medida foi implementada sem aviso prévio, gerando indignação e surpresa entre os funcionários.

“Isso é um desrespeito. Trabalhamos o ano inteiro e, no fim, somos punidos por uma dívida que não causamos”, reclamou um servidor que preferiu não se identificar.

Fundo de pensão marcado por prejuízos

O Postalis, fundo de pensão dos trabalhadores dos Correios, tem um histórico de problemas. No passado, foi utilizado em investimentos geridos pelo Banco Mellon, que resultaram em prejuízos significativos. A confissão da dívida por parte da estatal foi vista como uma tentativa de corrigir os erros do passado, mas a decisão acabou penalizando diretamente os funcionários.

Conflito de interesse questionado

O caso ganha contornos mais polêmicos pelo fato de Fabiano Silva dos Santos já ter sido sócio do escritório de advocacia Mollo & Silva, que atuava em defesa do Postalis até 2022. Apesar de os Correios negarem qualquer conflito de interesse, o vínculo anterior levanta dúvidas entre os trabalhadores e especialistas do setor.

O que dizem os Correios

Procurada, a estatal afirmou que a medida era necessária para garantir o equilíbrio financeiro do Postalis e negou a existência de conflito de interesses envolvendo Fabiano. A empresa também declarou que o presidente não faz parte do escritório Mollo & Silva desde o ano passado.

No entanto, as explicações não foram suficientes para conter a indignação dos funcionários. Entidades representativas prometem levar o caso à Justiça, questionando a legalidade da decisão e exigindo que os valores descontados sejam revistos.

Impactos sociais e econômicos

O corte no 13º salário prejudica diretamente o planejamento financeiro de milhares de famílias, especialmente em um período do ano tradicionalmente marcado por despesas extras e celebrações. Para os funcionários, a decisão é vista como um golpe, enquanto o governo e a direção dos Correios enfrentam mais uma crise de credibilidade.

A situação reforça a necessidade de maior transparência na gestão do Postalis e levanta um debate sobre como dívidas históricas de estatais devem ser tratadas sem comprometer os direitos dos trabalhadores.

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