O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, citou o testemunho de uma brasileira para reiterar sua cobrança ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sobre a comparação entre o conflito na Faixa de Gaza e o Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial.
O chanceler israelense compartilhou um vídeo ao lado de Rafaela Triestman, residente em Israel e presente no festival de música alvo de um ataque do grupo palestino Hamas em 7 de outubro do ano passado. Rafaela sobreviveu ao ataque, mas infelizmente seu namorado, Ranani Glazer, foi morto.
“Presidente Lula, após a sua comparação entre a nossa legítima defesa contra o Hamas e os atos desumanos de Hitler e dos nazistas, Rafaela tem uma mensagem que o senhor deveria ouvir”, escreveu Katz.
No vídeo, Triestman descreve os momentos terríveis que viveu durante o ataque terrorista. “O dia 7 de outubro foi o maior trauma da minha vida”, afirmou.
Ela relatou que ela, seu namorado e um amigo, Rafael Zimerman, conseguiram escapar e se refugiar em um bunker, mas foram encontrados por membros do Hamas, resultando em mais de 200 mortos no ataque.
“O Hamas invadiu nosso bunker, atirou nas pessoas e zombou de nós. Eles gritaram e comemoraram na nossa frente. Isso não é um grupo de defesa, é um grupo terrorista”, declarou.
Triestman também criticou a declaração do presidente Lula que comparou a ação de Israel em Gaza ao Holocausto, chamando-a de genocídio.
“Genocídio seria se estivéssemos boicotando empresas palestinas. Seria se estivéssemos oprimindo um povo. Seria se a população estivesse diminuindo drasticamente. Israel faz tudo para proteger os cidadãos de Gaza, inclusive sacrificando muitos de seus próprios soldados”, defendeu.
Ela expressou sua angústia por não poder retornar ao Brasil devido ao perigo de ser judia em um país onde há muito antissemitismo.
“É uma situação difícil. O governo brasileiro faz comentários antissemitas. Onde o governo compara o que Israel faz com Hitler, desrespeitando a memória de 6 milhões de judeus que morreram no Holocausto”, concluiu Triestman, também acusando o governo brasileiro de não prestar assistência aos familiares das vítimas e sobreviventes do ataque de 7 de outubro.