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domingo, 24 novembro, 2024
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Brasil sai das eleições com uma esquerda em crise e direita fortalecida, avalia Estadão

Por Alexandre Gomes

O Brasil encerrou as eleições municipais de 2024 com uma guinada política que consolida uma esquerda enfraquecida e dependente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e uma direita em ascensão, avalia o jornal O Estado de S. Paulo. Segundo o editorial “O eleitorado consolida sua preferência à direita”, publicado nesta terça-feira (29), o cenário pós-eleitoral revela uma crise para o PT e demais partidos de esquerda, além de indicar uma política nacional mais pragmática e menos polarizada.

No contexto das urnas, o Estadão afirma que as eleições refletiram a revitalização de uma política tradicional com um centro fortalecido, representado por partidos como PSD, liderado por Gilberto Kassab, e MDB. Ambos os partidos alcançaram um desempenho expressivo: o PSD conquistou 887 prefeituras, e o MDB, 853, demonstrando o peso das coligações e das emendas parlamentares como ferramentas estratégicas.

Desgaste do PT e o novo cenário para a esquerda

O Estadão considera que a esquerda viveu seu pior desempenho desde a redemocratização. No Nordeste, tradicional reduto lulista, a esquerda teve um desempenho fraco, conquistando apenas duas capitais. Nacionalmente, o PT ficou em nono lugar no ranking de prefeituras, o que demonstra sua dificuldade de se reconectar com o eleitorado. A análise aponta que, mesmo com o apoio do governo federal, o PT parece não ter conseguido recuperar sua credibilidade afetada pelos casos de corrupção e pela recessão econômica associada a gestões passadas.

Ainda segundo o jornal, Lula, apesar de ser um nome de peso, não teve um papel central nas disputas municipais, e se mostrou mais focado em agendas externas do que nas disputas eleitorais nacionais. Essa falta de envolvimento pode ter enfraquecido o desempenho da esquerda, que vê sua base política cada vez mais limitada e sua popularidade contestada.

Perspectivas para 2026

Olhando para a eleição presidencial de 2026, o Estadão analisa que, embora Lula ainda seja um candidato forte, ele se encontra “envelhecido, em idade e ideias” e mais isolado. Sem a polarização com Bolsonaro, que foi decisiva em 2022, Lula enfrentará um novo desafio: lidar com o peso político de um centrão que se mostra mais próximo das inclinações conservadoras do eleitorado. Esse bloco, com grande flexibilidade política, tende a migrar para onde estiver o apoio popular, o que, hoje, aponta mais para a direita.

Assim, o Brasil entra em uma nova fase política: uma esquerda em busca de renovação e uma direita que emerge em meio a um cenário fragmentado, mas fortalecida pelo crescimento em prefeituras e pela consolidação de bases regionais.

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