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quarta-feira, 9 outubro, 2024
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Brasil omite condenação a ataque direto do Irã contra Israel: Diplomacia sob fogo

Por Marina B.

Durante muitas décadas, o Irã travou uma guerra de procuração contra Israel, utilizando grupos como o Hezbollah no Líbano, o Hamas na Faixa de Gaza e, mais recentemente, os houthis no Iêmen, para realizar ataques. Embora seja sabido que o regime iraniano fornece apoio financeiro ou logístico a esses grupos, a falta de ataques diretos do Irã sempre serviu como um fator de contenção. Isso mudou no último sábado, dia 13, quando o Irã lançou centenas de drones e mísseis contra território israelense. O sistema de defesa antiaérea de Israel, apoiado por aeronaves norte-americanas e francesas, conseguiu interceptar a maioria dos ataques, com apenas sete armas atingindo o território israelense e ferindo uma menina árabe-israelense de sete anos.

A resposta internacional ao primeiro ataque direto do Irã contra Israel foi intensa, com praticamente todas as democracias ocidentais condenando veementemente a agressão. Surpreendentemente, o Brasil, sob a liderança do presidente Lula e de seu chanceler Celso Amorim, emitiu uma nota que se absteve de condenar o ataque iraniano. A nota do Itamaraty expressou “grave preocupação” com relatos de envio de drones e mísseis do Irã em direção a Israel. No entanto, o uso do termo “relatos” não condiz com a realidade do ataque, que foi um fato confirmado. Além disso, a nota minimizou a gravidade do ataque, focando na preocupação com os países vizinhos, como a Jordânia e a Síria, e insinuando que a resposta de Israel ao Hamas em Gaza contribuiu para o aumento das hostilidades na região.

A comparação entre a linguagem desta nota do Itamaraty e outra emitida apenas dez dias antes, condenando o ataque israelense a um consulado iraniano em Damasco, na Síria, revela uma discrepância significativa na abordagem diplomática do Brasil. Enquanto a nota condenou firmemente o ataque israelense, omitindo o fato de que os alvos eram oficiais da Guarda Revolucionária iraniana, a nota sobre o ataque do Irã a Israel foi mais branda e não mencionou a agressão direta contra Israel. Essa disparidade na resposta a ataques armados depende da identidade do agressor e do país atacado.

O Irã é um aliado ideológico do governo brasileiro, que demonstrou sua lealdade ao se abster em uma votação no Conselho de Direitos Humanos da ONU, que prorrogaria a investigação de violações de direitos humanos no Irã. Essa é uma tendência na diplomacia brasileira sob o governo de Lula, onde aliados ideológicos são tratados com indulgência, mesmo quando suas ações resultam em agressões ou violações dos direitos humanos, expondo o Brasil a críticas internacionais.

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