O encerramento do Fórum Econômico Mundial (WEF), que tradicionalmente reúne líderes políticos e empresariais, deixou uma impressão desfavorável para o Brasil na semana passada. Indicativos apontam que o país perdeu relevância em comparação com outras nações, notadamente a Índia. A pesquisa CEO Survey, conduzida anualmente pela PWC, revela uma queda significativa na posição do Brasil, que passou do 4° para o 14° lugar na lista de mercados cruciais para a expansão de negócios, segundo líderes empresariais consultados, totalizando cerca de 4.700 participantes.
Durante o evento, a Índia se destacou em contraste com o Brasil, realizando painéis impressionantes para promover inovações e atrair investimentos. Enquanto o país sul-americano manteve uma presença mais discreta, focando ainda em questões ambientais, figuras proeminentes, como o presidente Lula e o ministro da Fazenda Fernando Haddad, optaram por não comparecer. Em meio a esse cenário, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, assumiu um papel central, refletindo uma agenda mais orientada para temas ambientais, de acordo com análises de Fábio de Andrade, economista e professor de Relações Internacionais da ESPM.
O Brasil continua debatendo questões ambientais, especialmente sobre a Amazônia, em painéis que incluem discussões sobre a exploração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas. Apesar da diminuição do desmatamento na Amazônia ser destacada como um ponto positivo, o aumento significativo no desmatamento no Cerrado suscita preocupações. Além disso, o Brasil ainda não se aprofundou suficientemente no tema da Inteligência Artificial, que ganha destaque global, revelando lacunas na abordagem do país em relação a esse avançado campo tecnológico.
Em abril de 2023, presidente Lula disse: “ O tempo em que o Brasil esteve ausente das grandes decisões mundiais ficou no passado, estamos de volta cenário internacional, após uma inexplicável ausência.” Ignorando a real situação do Brasil, ele segue repetindo a frase.
