O futuro político do ex-presidente Jair Bolsonaro continua sendo uma questão central para o Partido Liberal (PL), especialmente com a proximidade das eleições de 2026. Em uma entrevista recente ao jornal O Globo, Altineu Côrtes, presidente do diretório estadual do PL no Rio de Janeiro, reafirmou a posição do partido de que Bolsonaro será o candidato à presidência nas próximas eleições, mesmo diante da sua atual inelegibilidade, decidida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023.
A confiança na reversão da inelegibilidade
Altineu Côrtes foi direto ao afirmar que Jair Bolsonaro será o candidato do PL em 2026, mesmo com o ex-presidente tendo sido declarado inelegível pelo TSE em junho de 2023, por suposto abuso de poder político nas eleições de 2022. A inelegibilidade de Bolsonaro é válida por oito anos, até 2030, mas Côrtes demonstrou otimismo quanto à reversão dessa situação, comparando o caso de Bolsonaro ao de Luiz Inácio Lula da Silva, que também enfrentou problemas legais e conseguiu reverter sua própria inelegibilidade para se tornar candidato em 2022.
“Confio que o presidente Bolsonaro vai reverter essa situação [do TSE].”
A confiança de Côrtes está no histórico de Lula, que foi capaz de reverter sua situação judicial em 2018, o que permite ao presidente do PL acreditar que a mesma estratégia pode ser aplicada a Bolsonaro.
Embora o foco seja em Bolsonaro, Côrtes também discutiu o futuro da direita no Brasil e apontou os filhos do ex-presidente, Flávio e Eduardo Bolsonaro, como os sucessores naturais de Jair. Côrtes destacou que, quando Bolsonaro decidir “passar o bastão”, esses dois nomes são os mais fortes para liderar o movimento conservador no país.
Flávio Bolsonaro é senador pelo Rio de Janeiro, enquanto Eduardo Bolsonaro é deputado federal por São Paulo. Ambos são filiados ao PL e têm se destacado no cenário político nacional, especialmente dentro da ala mais conservadora e bolsonarista. Côrtes acredita que tanto Flávio quanto Eduardo têm um grande respeito na direita e são bem posicionados para suceder o pai no comando político do Brasil.
“Os dois têm um respeito enorme na direita”, afirmou Côrtes, indicando que a liderança na direita do Brasil está cada vez mais ligada à família Bolsonaro.
Anistia para os presos de 8 de Janeiro
Em relação à anistia dos presos do 8 de janeiro, Côrtes também expressou sua opinião. Ele acredita que a proposta será votada no Congresso, mesmo que o resultado seja negativo. O deputado se referiu a um episódio de violência no Capitólio nos Estados Unidos, no qual o ex-presidente Donald Trump e seus apoiadores estiveram envolvidos, sugerindo que o contexto no Brasil não justifica penas tão severas para os manifestantes que participaram dos atos de 8 de janeiro, especialmente para aqueles que não cometeram crimes graves, como porte de armas ou bombas.
Côrtes enfatizou que, na sua visão, não é justo que manifestantes que participaram dos atos sem recorrer a violência extrema sejam condenados a penas tão longas. Sua declaração reflete o posicionamento de uma parte significativa da base bolsonarista que considera as prisões do 8 de janeiro um abuso, principalmente em relação aos mais jovens ou pessoas que não estavam armadas.
“Não considero que uma senhora que participou daquilo sem uma arma, uma bomba, deva pegar 17 anos de prisão.”
O PL e o Legado Bolsonaro
Com as eleições de 2026 no horizonte, o Partido Liberal segue com uma estratégia clara: Bolsonaro como candidato, e seus filhos Flávio e Eduardo como os possíveis sucessores. A confiança de Altineu Côrtes na reversão da inelegibilidade de Bolsonaro, juntamente com o posicionamento firme em temas como a anistia dos presos de 8 de janeiro, reflete o compromisso do PL com a linha política defendida pelo ex-presidente e sua família.
Embora o futuro político de Bolsonaro ainda dependa de reviravoltas jurídicas, a família Bolsonaro segue sendo uma força central na política nacional e dentro do PL, com seus filhos sendo apontados como a continuidade natural de seu legado.