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sexta-feira, 22 novembro, 2024
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Bolsonaro, em entrevista, diz que o foco das críticas agora é em Lula

Por Marina B.

Jair Bolsonaro adotou um tom mais moderado após aparentes ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) em Caxias do Sul (RS) nesta quinta-feira (25/7). Em uma entrevista por telefone à coluna do Guilherme Amado – Metrópoles, o ex-presidente afirmou que não menciona o STF em seus discursos e que suas críticas são direcionadas exclusivamente a Lula.

Alguns ministros do STF interpretaram o episódio como um sinal de que Bolsonaro poderia estar retomando uma postura beligerante em relação ao tribunal. O ex-presidente enfrenta indiciamentos pela Polícia Federal por diversos crimes, incluindo fraude em cartão de vacina e apropriação indevida de presentes de luxo. Caso seja formalmente denunciado, o STF terá de avaliar as evidências.

Mais cedo, Bolsonaro havia declarado que Lula “pessoalmente” havia retirado seus dois carros blindados, apesar de que ex-presidentes não têm direito a esses veículos. Ele também se queixou de ter perdido assessores devido a medidas cautelares, referindo-se às proibições impostas pelo ministro Alexandre de Moraes aos auxiliares que estão sob investigação no inquérito sobre a tentativa de golpe durante seu governo.

Em seu discurso, Bolsonaro comentou:

“Vocês viram o que aconteceu na tentativa de assassinato de Donald Trump. O Serviço Secreto foi negligente. Quando voltei ao Brasil, tinha direito a dois carros blindados, mas Lula me retirou esses veículos. Tenho direito a oito funcionários, mas quatro que cuidavam da minha segurança foram removidos. Até meu filho, Carlos Bolsonaro, teve seu porte de arma negado pela Polícia Federal. Eles querem facilitar as coisas. Não querem mais me prender; querem que eu seja executado. Não posso pensar em outra coisa.”

À noite, Bolsonaro esclareceu que quando se referia a “eles” querendo experimentá-lo, estava falando sobre o “sistema como um todo”, e não especificamente sobre Lula ou o STF.

“Eu me referia ao sistema de maneira geral. O sistema é algo mais amplo. Sou alguém que incomoda o sistema, queira eu ou não”, explicou.

Sobre as críticas de seus aliados ao ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro afirmou que não se pronuncia sobre o assunto.

“Não defendo a prisão de Alexandre de Moraes. Não falo sobre isso. Não menciono ‘Supremo’ em nenhum dos meus discursos. Apenas critico Lula”, destacou, mencionando sua busca por anistia para os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro.

Bolsonaro também comentou sobre seus atos públicos e criticou a taxação de produtos e serviços, incluindo o Pix.

“A taxa de roupas da China e a ideia de taxar o Pix são medidas contra nós”, afirmou. A cobrança do Pix para empresas, determinada no final do governo Bolsonaro, foi suspensa no ano passado a pedido de Lula, sem novas alterações desde então.

Ao falar sobre suas intenções futuras, Bolsonaro expressou o desejo de reconquistar seus direitos políticos e se candidatar à presidência em 2026, embora seja inelegível até 2030.

“Se eu puder me candidatar, tenho certeza de que ganharei”, afirmou.

“Não é guilhotina”

Em Farroupilha, Bolsonaro foi confrontado com comentários de ataque ao ministro Alexandre de Moraes. O prefeito de Farroupilha (RS), Fabiano Feltrin, sugeriu, durante uma transmissão ao vivo, que Moraes deveria ser guilhotinado.

“É só botar na guilhotina. Aqui está a homenagem para ele”, disse Feltrin, enquanto mostrava um instrumento de tortura histórico, não uma guilhotina real.

Bolsonaro defendeu que Feltrin não mostrou uma guilhotina e expressou preocupação com possíveis repercussões legais para o prefeito.

“Ele [Feltrin] fez algo para prender pessoas, colocar prisioneiros. Espero que não haja consequências negativas para ele [Feltrin]”, comentou Bolsonaro, referindo-se a uma possível investigação sobre as declarações do prefeito.

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