No último sábado, 22 de fevereiro de 2025, o Conservative Political Action Conference (CPAC), um dos maiores eventos conservadores do mundo, foi palco de mais um capítulo da sólida amizade entre o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Durante seu discurso em National Harbor, Maryland, Trump fez questão de destacar Bolsonaro como uma figura de peso no cenário conservador global, tratando-o como um chefe de Estado e enaltecendo sua família.
A menção não apenas reforça os laços entre os dois líderes, mas também evidencia suas qualidades compartilhadas como expoentes do conservadorismo moderno.
Elogios no CPAC: Bolsonaro em destaque
Diante de uma plateia entusiasmada, Trump cumprimentou Eduardo Bolsonaro, filho de Jair, presente no evento, e declarou: “Diga olá ao seu pai. Muito obrigado. Grande família, grande cavalheiro, e sua grande família”.
As palavras de Trump ecoaram como um reconhecimento público da relevância de Bolsonaro, mesmo após deixar o cargo de presidente do Brasil em 2022.
O tom respeitoso e caloroso usado por Trump reflete a admiração mútua que os dois líderes cultivaram ao longo dos anos, uma relação que transcende fronteiras e se consolida em valores conservadores compartilhados.
O CPAC, que neste ano celebrou a vitória de Trump nas eleições de 2024 e sua volta ao poder, tornou-se um espaço simbólico para a direita global.
A presença de Eduardo Bolsonaro e a menção ao ex-presidente brasileiro reforçam a percepção de que Jair segue sendo uma referência para o movimento conservador internacional, mesmo enfrentando desafios jurídicos em seu país.
Uma amizade forjada em afinidades
A relação entre Trump e Bolsonaro não é novidade. Desde que Jair Bolsonaro assumiu a presidência do Brasil em 2019, ele deixou claro sua admiração pelo então presidente americano.
Apelidado por muitos como o “Trump dos Trópicos”, Bolsonaro frequentemente espelhou-se no estilo direto e combativo de Trump, além de compartilhar sua visão de mundo centrada em valores como patriotismo, família e liberdade individual. Em contrapartida, Trump sempre retribuiu o afeto, vendo no brasileiro um aliado estratégico na América Latina.
Essa amizade foi marcada por momentos emblemáticos, como a visita de Bolsonaro à Casa Branca em 2019, quando os dois trocaram elogios e alinharam agendas políticas.
Mais recentemente, em novembro de 2024, Trump expressou preocupação com a situação do Brasil, afirmando: “Estamos perdendo o Brasil. O que está acontecendo?”.
A declaração, feita em um contexto de tensões políticas no Brasil, demonstra que a conexão entre os dois vai além de meras cortesias diplomáticas — é uma aliança baseada em ideais e apoio mútuo.
O convite de Trump para que Bolsonaro comparecesse à sua posse em janeiro de 2025, embora barrado pela Justiça brasileira, foi outro sinal da força dessa parceria. Apesar das adversidades, o gesto reforça que Trump enxerga Bolsonaro como um parceiro de peso no cenário global.
Qualidades de Liderança Conservadora
Tanto Trump quanto Bolsonaro compartilham características que os tornaram ícones do conservadorismo contemporâneo. Ambos são conhecidos por sua retórica franca, muitas vezes desafiando o politicamente correto, e por uma postura firme contra o que consideram ameaças à soberania nacional e aos valores tradicionais.
Donald Trump: Líder carismático e polêmico, Trump consolidou-se como uma força transformadora na política americana. Sua habilidade de mobilizar massas, como visto no apoio esmagador no CPAC 2025, reflete sua capacidade de conectar-se diretamente com o eleitorado. Sua vitória em 2024, após um período de reveses legais e políticos, é celebrada por seus apoiadores como prova de resiliência e determinação — qualidades que ele mesmo exaltou em seu discurso recente, ao destacar cortes na burocracia federal e sua visão de um governo enxuto.
Jair Bolsonaro: Na América Latina e no Brasil, Bolsonaro destacou-se por sua postura combativa contra a esquerda e por seu foco em temas como segurança pública e valores familiares. Durante seu mandato, promoveu uma agenda econômica liberal aliada a um discurso nacionalista, conquistando uma base fiel que o vê como símbolo de resistência. Mesmo após a derrota em 2022 e as acusações que enfrenta atualmente, sua influência segue viva, como demonstrado pelo apoio internacional que recebe, incluindo de Trump.
Impacto no Conservadorismo Global
Os elogios de Trump a Bolsonaro no CPAC 2025 não são apenas um gesto de cortesia entre amigos, mas um reconhecimento do papel de ambos na ascensão da direita mundial.
Líderes como eles inspiraram movimentos conservadores em diversos países, da Itália de Giorgia Meloni à Argentina de Javier Milei, que também marcaram presença no evento. Essa colaboração global, como destacou Meloni em seu discurso, é vista como uma ameaça pelos críticos, mas como uma força renovadora pelos apoiadores.
Para os conservadores brasileiros, a menção de Trump reacende esperanças de que Bolsonaro possa retomar sua liderança política no futuro — um horizonte que muitos já miram para 2026. Enquanto isso, a amizade entre os dois segue como um exemplo de como líderes com visões alinhadas podem fortalecer um movimento que transcende fronteiras.
Em um mundo polarizado, Trump e Bolsonaro continuam a ser figuras centrais no imaginário conservador, unidas por uma amizade que reflete não apenas afinidades pessoais, mas um projeto político comum.
O CPAC 2025 foi mais uma prova disso: Bolsonaro, mesmo ausente fisicamente, esteve presente no palco principal, elevado pelas palavras de seu aliado americano.