O Presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta terça-feira (18), que a Câmara dos Deputados já possui votos suficientes para aprovar uma anistia aos condenados pelos atos do 8 de janeiro de 2023. Durante um encontro com partidos da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro ressaltou que o tema é prioritário para os parlamentares contrários ao atual governo.
“Hoje, o que eu sinto, conversando com parlamentares, como os do PSD, é que a maioria votaria a favor [da anistia]. E eu acho que na Câmara já tem quórum para aprovar a anistia”, declarou Bolsonaro.
O ex-presidente também demonstrou preocupação com as famílias dos condenados, destacando a severidade das penas aplicadas. Ele citou um caso específico de uma mulher com seis filhos, cujo marido foi condenado a 14 anos de prisão e está foragido, possivelmente na Argentina. “Imagine você ir dormir e acordar sem o filho do lado? Essa dosimetria é justa? 14? 17 anos de cadeia?”, questionou.
Além disso, Bolsonaro aproveitou a oportunidade para criticar a Lei da Ficha Limpa e o que considera um tratamento desigual na política brasileira. Ele comparou sua inelegibilidade com a situação de outros políticos, como Dilma Rousseff, Lula e Sérgio Cabral. “Olha, a Dilma foi cassada aqui. O Lula tiraram da cadeia, anularam os três processos e ele disputou a eleição. O Sérgio Cabral está elegível. O que eles me fizeram? O que eu fiz? Justifica me tornar inelegível por me juntar com embaixadores? Dois meses antes, o Fachin se juntou com os embaixadores”, apontou.
A discussão sobre a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro segue como um dos principais temas da oposição no Congresso, com articulações sendo feitas para avançar a pauta na Câmara dos Deputados.
