Jair Messias Bolsonaro voltou a usar suas redes sociais para criticar a gestão de seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Em uma publicação recente, Bolsonaro comparou o desempenho de seu governo no comando das estatais com o cenário atual, apontando que, sob sua administração, as empresas públicas registraram lucros recordes enquanto, na gestão Lula, o Brasil enfrenta um déficit bilionário. A postagem gerou forte repercussão e foi rapidamente compartilhada por apoiadores do ex-presidente.
Lucros recordes e boa gestão das estatais
Durante o mandato de Bolsonaro, o governo alcançou um marco significativo com as estatais, registrando um lucro recorde de R$ 188 bilhões em 2021, conforme reportado pelo Poder 360 em 13 de novembro de 2022. Esses números foram apontados como um reflexo da política de austeridade, controle de gastos e privatizações que marcaram sua gestão. O então presidente, ao lado de sua equipe econômica liderada por Paulo Guedes, priorizou uma gestão voltada para a eficiência das empresas públicas, o que, segundo ele, fortaleceu a economia e beneficiou os brasileiros.
Bolsonaro sempre destacou que seu governo atuou de forma técnica e transparente, enxugando excessos e buscando maior competitividade para as estatais. O ex-presidente argumenta que esse sucesso financeiro das empresas públicas ajudou a impulsionar investimentos no país e gerou confiança no mercado. Em sua postagem, ele aproveitou a oportunidade para lembrar que o seu governo “não dava espaço para aparelhamento partidário” dentro dessas empresas, fazendo referência crítica ao histórico de indicações políticas nas gestões petistas.
Déficit bilionário e crítica ao governo Lula
Em contrapartida, Bolsonaro criticou duramente os números apresentados no atual governo. Ele citou a Revista Oeste, que noticiou o déficit de R$ 7,2 bilhões acumulado pelas estatais de janeiro a agosto de 2024. Para o ex-presidente, esse resultado evidencia uma má gestão e o retorno de práticas antigas, como o uso das estatais para beneficiar interesses partidários e a chamada “velha política”.
“Aos ‘cumpanheiros’, tudo. Aos brasileiros, impostos e taxas”, escreveu Bolsonaro, fazendo uma clara referência ao aumento da carga tributária sob a gestão Lula e ao que ele considera como favorecimento político de aliados do presidente.
Segundo Bolsonaro, o governo atual está repetindo erros do passado, onde a máquina pública era usada para garantir cargos a aliados, comprometendo a eficiência das estatais e sobrecarregando os contribuintes com impostos.
Governo do “amor” x governo do “ódio”
Na publicação, Bolsonaro também fez uma crítica mais ampla à narrativa que o governo Lula vem tentando construir, ao se autoproclamar um “governo do amor”, em contraste com a retórica mais incisiva de Bolsonaro, que muitos de seus críticos chamavam de “governo do ódio”. Para o ex-presidente, o “governo do amor” de Lula está resultando em mais impostos, taxas e um crescimento do déficit, ao passo que, durante seu mandato, ele afirma ter trazido prosperidade e eficiência para o setor público, beneficiando diretamente a população.
A disputa de narrativas e o futuro político
O embate entre Bolsonaro e Lula reflete as profundas divisões políticas no Brasil. Enquanto o atual governo tenta implementar uma agenda voltada para o ‘social’, com política de maior intervenção estatal e favorecimento, Bolsonaro sustenta que seu legado foi de crescimento econômico, eficiência pública e menor carga tributária.
Para os seguidores de Bolsonaro, sua gestão das estatais e da economia é um dos pontos altos de seu governo, sendo frequentemente citada como um modelo de sucesso que deve ser retomado. Os críticos de Lula argumentam que a atual administração está revertendo os avanços obtidos nos últimos anos, voltando a práticas que resultaram em prejuízos e aumento da dívida pública.
O debate, ao que tudo indica, está longe de terminar, e as redes sociais continuam sendo o palco dessa disputa, onde Bolsonaro, com seu estilo direto e críticas contundentes, segue influenciando boa parte da opinião pública.