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sábado, 19 abril, 2025
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Bolsonaro critica acordos entre Brasil e China firmados no G-20: “Preocupantes, ou não?”

Por Alexandre Gomes

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar a política externa do governo Lula em uma postagem nas redes sociais. Desta vez, ele direcionou sua insatisfação aos 37 memorandos e acordos assinados entre Brasil e China durante a reunião do G-20, destacando especialmente seis deles. Bolsonaro ironizou os compromissos firmados e levantou dúvidas sobre as implicações para a soberania e os interesses nacionais.

Na postagem, Bolsonaro enumerou os seguintes acordos:

  1. Empréstimo do Banco de Desenvolvimento da China (CDB) ao BNDES, em moeda chinesa (5 bilhões de Renminbi);
  2. Parcerias em tecnologia nuclear;
  3. Colaboração em telecomunicações satelitais;
  4. Cooperação na economia digital;
  5. Acordos para o desenvolvimento sustentável da mineração;
  6. Uma parceria entre a Secom (Secretaria de Comunicação Social) e o grupo de mídia estatal da China.

Preocupantes, ou não?”, concluiu o ex-presidente, questionando o impacto desses acordos para o Brasil.

Críticas ao alinhamento com a China

Bolsonaro e a oposição ao governo Lula têm destacado a aproximação do Brasil com a China como um ponto vulnerável na atual política externa. A parceria com um país que promove práticas autoritárias e influencia mercados globais é vista com desconfiança por críticos, especialmente em áreas sensíveis como tecnologia nuclear e telecomunicações.

“O governo está colocando o Brasil em uma posição subserviente a um regime sem compromisso com a democracia e com um histórico de violação de direitos humanos,” afirmou um parlamentar bolsonarista em suas redes.

Além disso, a utilização da moeda chinesa em transações bilaterais é vista como um avanço da agenda de internacionalização do Renminbi, uma estratégia da China para enfraquecer o dólar e consolidar sua posição geopolítica.

Pontos sensíveis: Mídia e mineração

A inclusão de um acordo entre a Secom e um grupo de mídia estatal chinês gerou ainda mais preocupações. Para críticos, esse tipo de cooperação pode influenciar a narrativa nacional e abrir espaço para a promoção de interesses estrangeiros em território brasileiro.

A mineração, outro tema dos memorandos, também é delicada. O setor, historicamente central para a economia brasileira, enfrenta desafios relacionados ao impacto ambiental e ao controle de recursos estratégicos. Com a China como principal consumidora de commodities brasileiras, há receio de que os interesses locais sejam sacrificados em favor de demandas externas.

Oposição pressiona por esclarecimentos

A postagem de Bolsonaro deu o tom de uma pressão crescente da oposição para que o governo Lula detalhe os termos desses acordos. Parlamentares aliados ao ex-presidente prometem convocar representantes da gestão federal para explicarem os compromissos assumidos.

“Não se trata de fechar as portas ao comércio com a China, mas de evitar acordos que possam comprometer nossa soberania e colocar o Brasil em posição de dependência,” declarou um líder da oposição.

A resposta do governo Lula

Até o momento, o governo não respondeu diretamente às críticas de Bolsonaro. Contudo, a diplomacia brasileira tem defendido uma estratégia de multilateralismo pragmático, buscando ampliar parcerias com diversas nações, incluindo potências emergentes como a China.

Apesar disso, a falta de transparência sobre os detalhes dos acordos assinados no G-20 alimenta a narrativa de vulnerabilidade da política externa petista, especialmente em temas que envolvem segurança nacional e infraestrutura estratégica.

A parceria com a China, embora importante para a economia, exige cautela e clareza, para que interesses nacionais não sejam sacrificados em nome de um alinhamento político questionável.

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