Avanço da direita consolida força de Bolsonaro e expõe desgaste acelerado do governo petista
O Brasil presencia um marco na política nacional: pela primeira vez na série histórica do instituto Datafolha, os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) empatam numericamente com os petistas, revelando o fortalecimento da direita e o desgaste visível da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A pesquisa, divulgada nesta quarta-feira (18), mostra que 35% da população se identifica com Bolsonaro, o mesmo percentual dos que dizem se alinhar ao PT.
A virada é significativa. Em abril, os petistas lideravam com 39%, contra 31% dos bolsonaristas. Agora, a queda de quatro pontos entre os simpatizantes de Lula, somada à alta dos que se alinham a Bolsonaro, indica um movimento de recuperação clara da direita — apesar de todas as tentativas da velha imprensa e da Justiça de silenciar a oposição.
Bolsonaro mais forte
Mesmo sob constante bombardeio de narrativas, inquéritos e acusações, Jair Bolsonaro mantém firme sua base. A suposta tentativa de golpe atribuída ao ex-presidente — alvo de um processo polêmico e sem provas conclusivas — não abalou sua popularidade, ao contrário: reforçou sua imagem de liderança injustiçada e perseguida por um sistema que teme sua volta ao poder.
Enquanto isso, o governo Lula patina. A mesma pesquisa Datafolha revelou que 40% dos brasileiros consideram o terceiro mandato do petista ruim ou péssimo, superando os 28% que ainda o veem como bom ou ótimo. Em menos de dois anos, Lula já enfrenta a rejeição que Bolsonaro só conheceu em momentos críticos da pandemia, o que evidencia a frustração crescente da população com promessas não cumpridas e uma economia estagnada.
Lula falha
A Secom (Secretaria de Comunicação Social) do Planalto, comandada pelo publicitário Paulo Pimenta, ainda não conseguiu construir uma narrativa forte para o governo Lula. A ausência de uma marca clara, aliada a escândalos envolvendo aliados, queda de popularidade entre jovens e conservadores, e o fracasso em conter a inflação dos alimentos, contribuem para a perda de força do PT até em redutos históricos.
Enquanto o PT tenta resgatar uma militância desmotivada, Bolsonaro atrai multidões por onde passa, segue com alto engajamento nas redes sociais e vê sua imagem crescer até mesmo entre os mais jovens, conforme apontam outros institutos.
Polarização, mas direita avança
A pesquisa também mostra que a polarização entre os dois campos permanece alta: 70% dos brasileiros se posicionam em um dos polos. No entanto, a direita avança com consistência, mesmo diante da ofensiva jurídica contra líderes conservadores. Os números do Datafolha indicam que, se a eleição fosse hoje, Bolsonaro estaria tecnicamente empatado com Lula — e em ascensão.
Entre os demais entrevistados, 20% se dizem neutros, 7% não se identificam com nenhum dos lados e 2% não souberam responder. A pesquisa foi realizada nos dias 10 e 11 de junho, presencialmente, em 136 municípios de todas as regiões do Brasil, com 2.004 entrevistas e margem de erro de dois pontos percentuais.
Lula perde força, Bolsonaro avança cada vez mais como opção real para 2026
O Datafolha confirma o que já era sentido nas ruas e nas redes: o Brasil não esqueceu Jair Bolsonaro. O ex-presidente ressurge como único nome capaz de unir a direita, com força renovada para as eleições de 2026. Lula, por outro lado, enfrenta rejeição precoce, dificuldades econômicas e um país cada vez mais cético quanto à promessa de um “novo tempo”.
Se o Planalto não mudar drasticamente seu rumo — e rápido —, a tendência é clara: o Brasil caminha para uma nova mudança em 2026. E ela pode vir pelas mãos do conservadorismo que resiste, mesmo quando tudo parecia estar contra.