Em entrevista à rádio AuriVerde Brasil nesta sexta-feira (27), o ex-presidente Jair Bolsonaro fez um apelo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que perdoe os presos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Demonstrando compaixão e destacando a importância da união nacional, Bolsonaro defendeu que os envolvidos não tinham intenção de realizar um golpe de Estado, conforme alegado nos julgamentos que resultaram em penas severas.
“Temos por volta de 100 pessoas condenadas de 14 a 17 anos de cadeia, estão em presídios federais no Brasil. A pena maior foi afastar essas pessoas de seus filhos. O que mantém essas pessoas vivas é a vontade de voltar a abraçar seu filho”, disse Bolsonaro, destacando o sofrimento humano das famílias afetadas.
Crítica às acusações de golpe
Bolsonaro rechaçou novamente a narrativa de que os atos de 8 de janeiro representaram uma tentativa de golpe. Ele lembrou declarações do ministro da Defesa, que afirmou que um golpe exige liderança, apoio das Forças Armadas e estrutura, elementos que estariam ausentes nos acontecimentos daquela data.
“Todo mundo sabe, a não ser umas poucas pessoas que querem forçar a barra, que ninguém tentou dar um golpe. O próprio ministro da Defesa disse: um golpe tem que ter um cabeça na frente, precisa ter as Forças Armadas, tem que ter algo a mais”, argumentou.
Com tom crítico, o ex-presidente ainda comparou as acusações de golpe a “livros de ficção” e lamentou a situação das pessoas presas, que, segundo ele, estão sofrendo injustamente.
Indulto de Natal e exclusão dos presos do 8 de janeiro
Bolsonaro também questionou a exclusão dos presos de 8 de janeiro do indulto natalino concedido por Lula em 23 de dezembro, que beneficiou outros grupos de condenados. Para ele, essa decisão reforça o sofrimento de pessoas que não representam ameaça à democracia e que merecem uma segunda chance.
“Perdoa esse pessoal, Lula”, apelou Bolsonaro, destacando que o perdão seria um gesto de humanidade e reconciliação para superar as divisões políticas no país.
Com sua fala, Bolsonaro reafirma sua posição como um líder que busca justiça e reconciliação, defendendo que o país precisa superar mágoas e divisões. O ex-presidente enalteceu o valor da família e o sofrimento das pessoas presas, lembrando a todos da importância de valores como o perdão e a unidade nacional.
Ao clamar por compaixão e sensibilidade, Bolsonaro ecoa o desejo de muitos brasileiros por um futuro de harmonia, em que as divergências políticas sejam resolvidas sem comprometer a dignidade humana.