Em um vídeo publicado em suas redes sociais nesta quinta-feira, 5, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou contra o jornal O Globo, acusando a publicação de espalhar fake news sobre um contrato de reforma de R$ 900 mil em uma de suas casas. O imóvel, localizado em Angra dos Reis, foi alvo de uma reportagem do jornal, que destacou o fato de o valor declarado de sua residência nas eleições de 2022 ser de R$ 98,5 mil, e alegou que a reforma teria sido paga por meio de um contrato de alto valor encontrado pela Polícia Federal (PF).
Bolsonaro refutou as acusações, dizendo que o jornal queria insinuar que ele estava praticando lavagem de dinheiro. Em seu vídeo, ele explicou que o imóvel realmente pertence a ele e foi construído na década de 1990. A reforma, segundo o ex-presidente, foi realizada em 2023 e o pagamento foi feito via Pix e declarado em seu Imposto de Renda, o que demonstra total transparência.
O ex-presidente esclareceu que a reportagem do O Globo tentava criar uma narrativa falsa, sugerindo que ele teria realizado transações fraudulentas para justificar o valor da reforma. “A imagem que O Globo quer passar é que eu teria lavado R$ 900 mil, talvez vendendo algo que não me pertencia para poder investir em um patrimônio meu”, afirmou Bolsonaro, acrescentando que o jornal “se deu mal mais uma vez.”
Além disso, Bolsonaro mencionou um vazamento de informações de um inquérito da Polícia Federal, onde ele afirmou que três páginas do processo, apreendidas durante uma operação, haviam sido vazadas. “Ficaria muito feliz com esse vazamento”, declarou, sem revelar detalhes do conteúdo do documento.
De acordo com O Globo, a Polícia Federal encontrou um contrato de reforma de R$ 900 mil relacionado à casa de Bolsonaro em Angra dos Reis durante investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. A reportagem destacou que o valor da reforma chama atenção, uma vez que a residência havia sido avaliada em apenas R$ 98.500 na declaração de bens do ex-presidente durante a campanha eleitoral.
A PF alegou que o contrato de reforma encontrado não tinha assinaturas de Bolsonaro nem da empresa de engenharia responsável. O valor de R$ 900 mil incluía materiais e mão de obra, com pagamentos previstos em parcelas.
Bolsonaro, por sua vez, reforçou que as reformas ocorreram após as eleições e que a casa foi avaliada por uma corretora da região em cerca de R$ 2,5 milhões, desmentindo qualquer irregularidade no processo.
A situação levanta questões sobre a transparência na gestão de recursos e sobre como os processos de reforma e pagamento foram conduzidos, com o ex-presidente insistindo na legalidade de todas as operações realizadas.
