A decisão do governo Lula de aceitar um novo embaixador da Coreia do Norte no Brasil, anunciada no último dia 14 de agosto, gerou reações intensas entre a bancada bolsonarista na Câmara dos Deputados.
Desde o anúncio, bolsonaristas começaram a protocolar uma série de requerimentos dirigidos ao Itamaraty, questionando a relação entre Brasil e Coreia do Norte e reavivando antigas acusações.
Entre os requerimentos, a deputada Júlia Zanatta (PL-SC) trouxe à tona uma alegação de que, na década de 1990, o ex-ditador Kim Jong-il e seu filho, Kim Jong-un, teriam usado passaportes brasileiros para visitar a Disney no Japão. A informação, revelada pela Reuters em 2018, indicava que os passaportes foram emitidos pela embaixada brasileira em Praga, na República Tcheca.
No requerimento protocolado na segunda-feira (19/8), Zanatta solicita ao chanceler Mauro Vieira que confirme se há registro desses passaportes no Itamaraty e se há alguma investigação em curso sobre o caso, ocorrido há três décadas. A deputada destaca a importância da transparência e da credibilidade das autoridades brasileiras para garantir medidas corretivas e prevenir ocorrências semelhantes no futuro.
Além disso, o deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM) questionou Mauro Vieira sobre a aceitação do embaixador Song Se Il, indicado pelo governo norte-coreano para representar o país em Brasília. Neto pede esclarecimentos sobre a justificativa para aceitar o embaixador e se o respeito aos direitos humanos deveria ser um critério para a aceitação de representantes diplomáticos.
“Manter relações com ditadores compromete a essência de uma nação democrática e fere os princípios democráticos que devemos preservar”, afirma o deputado.