Em 2023, o Bolsa Família alcançou uma conquista significativa ao abranger 19% das famílias brasileiras, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em sua edição especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).
Esse percentual representa praticamente um em cada cinco domicílios no país, totalizando impressionantes 14,7 milhões de lares. Essa marca é a maior já registrada desde que o IBGE iniciou sua série histórica em 2012, quando apenas 16,6% dos domicílios eram beneficiados pelo programa.
A pesquisa revela ainda que, em 2023, 4,2% dos domicílios contavam com o Benefício de Prestação Continuada (BPC), enquanto 1,4% recebiam outros programas sociais.
Impacto da Pandemia e Mudanças nos Programas Sociais
A pandemia da COVID-19 trouxe mudanças significativas na distribuição dos benefícios sociais. Com o surgimento do Auxílio Emergencial para mitigar os impactos econômicos da crise, houve uma redução na proporção de lares atendidos pelo Bolsa Família em 2020, caindo para 7,2%.
No entanto, aumentou a proporção de famílias beneficiadas por outros programas sociais, como o Auxílio Emergencial, que saltou de 0,7% em 2019 para 23,7% em 2020.
Em 2021, com as alterações no Auxílio Emergencial, houve um retorno parcial à distribuição do Bolsa Família, atingindo 8,6% dos lares, enquanto a proporção de outros programas sociais diminuiu para 15,4%.
Mudanças nos Programas Sociais e Impacto na Desigualdade
No final de 2021, o governo substituiu o Bolsa Família pelo Auxílio Brasil. Em 2022, o Auxílio Brasil foi recebido por 16,9% das famílias brasileiras, com um aumento no valor inicial de R$ 400 para R$ 600.
Em 2023, já sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o programa de transferência de renda voltou a ser chamado de Bolsa Família, mantendo o valor de R$ 600 e incluindo um adicional por criança e adolescente.
Desigualdade de Renda e Impacto Regional
A pesquisa do IBGE também revela que o rendimento médio domiciliar per capita dos lares beneficiados pelo Bolsa Família cresceu significativamente entre 2019 e 2023, contribuindo para a redução da desigualdade de renda, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.
Esses resultados refletem não apenas o impacto dos programas sociais, mas também o comportamento positivo do mercado de trabalho nessas regiões, destacando a importância dos esforços para combater a desigualdade e promover o desenvolvimento socioeconômico em todo o país.
