A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) fez uma afirmação contundente nesta segunda-feira, 18, em entrevista ao Jornal da Oeste, alegando que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) podem enfrentar o cancelamento de seus vistos para os Estados Unidos devido a suas ações contra a liberdade de expressão no Brasil. A declaração ocorre no contexto de um projeto de lei nos Estados Unidos que visa impedir a entrada no país de autoridades estrangeiras que violem direitos fundamentais como a liberdade de expressão.
Ameaça de cancelamento de visto
Bia Kicis se referiu a uma possível repercussão internacional das atitudes da Corte brasileira, sugerindo que as ações dos ministros do STF, especialmente em relação a suas decisões sobre o Twitter/X e a liberdade de expressão, podem provocar uma reação do governo dos Estados Unidos. A deputada especulou que, caso um ministro do STF tivesse o visto cancelado, isso poderia servir de exemplo para os demais integrantes da Corte, gerando pressão para que reconsiderassem suas atitudes.
“Imagina quando um ministro do Supremo tiver o seu visto cancelado, se os demais vão continuar achando graça”, disse Kicis, insinuando que o cancelamento poderia influenciar os demais ministros a reverem suas posturas, “é melhor a gente parar com isso, porque não quero que chegue a mim”.
Encontro nos EUA: Bia Kicis e Maria Elvira Salazar
Na semana passada, Bia Kicis esteve nos Estados Unidos, onde se encontrou com a deputada Maria Elvira Salazar, do Congresso dos EUA. Durante a visita, elas discutiram as ações do STF no Brasil, particularmente as medidas contra o Twitter/X e a atuação de deputados brasileiros.
Maria Elvira Salazar é coautora de um projeto de lei no Congresso norte-americano que visa a proibir a entrada de autoridades estrangeiras nos Estados Unidos, caso essas autoridades infrinjam a liberdade de expressão. Para Bia Kicis, a proposta é uma maneira de pressionar os ministros do STF, caso continuem a atuar de maneira considerada por ela como “tirânica”.
“Maria é uma guerreira da liberdade de expressão e prometeu que vai continuar lutando pelo Brasil e contra toda a tirania do STF”, afirmou Bia Kicis, referindo-se ao empenho de Salazar na luta pela liberdade de expressão. A deputada também mencionou que o projeto de lei pode afetar diretamente ministros do STF que são vistos como responsáveis por restrições à liberdade de expressão, como a derrubada do Twitter/X no Brasil.
Janja, o xingamento a Elon Musk e consequências para as Relações Brasil-EUA
Outro tema abordado por Bia Kicis foi o comentário da primeira-dama Janja Lula da Silva contra o empresário Elon Musk, dono do Twitter/X. Durante um evento paralelo ao G20, Janja fez um comentário depreciativo sobre Musk, que está envolvido em projetos políticos nos Estados Unidos, incluindo um possível papel em um futuro governo de Donald Trump.
Kicis criticou a atitude de Janja, sugerindo que a fala da primeira-dama poderia prejudicar as relações do Brasil com os Estados Unidos, especialmente considerando que Trump assumirá a presidência em janeiro de 2025.
“Janja foi mexer com alguém que fará parte do governo de Donald Trump, de uma forma extremamente grosseira”, afirmou Bia Kicis. “É claro que isso terá consequências para o Brasil, mas a gente espera que essas consequências se concentrem mais para aquelas pessoas que são abertamente inimigas dos EUA, o que não é o caso do povo brasileiro.”
Pressão internacional sobre o STF e Relações Brasil-EUA
A visita de Bia Kicis aos Estados Unidos, acompanhada de discussões sobre o projeto de lei que pode afetar ministros do STF, reflete uma tentativa de pressionar o Supremo Tribunal Federal sobre suas atitudes em relação à liberdade de expressão e suas ações contra plataformas como o Twitter/X. Além disso, a crítica de Kicis ao comportamento de Janja revela sua preocupação com o impacto de comentários da primeira-dama nas relações diplomáticas entre o Brasil e os Estados Unidos, especialmente com a ascensão de Donald Trump no cenário político norte-americano.
A situação parece indicar que, no futuro, o Brasil poderá enfrentar pressões internacionais mais intensas, tanto em relação ao STF quanto à postura do governo federal nas questões de liberdade de expressão e política externa.
