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domingo, 13 outubro, 2024
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Beneficiários do Bolsa Família superam trabalhadores formais em quase metade das unidades do país

Por Alexandre G.

Um levantamento recente do instituto Paraná Pesquisas revela que em 13 dos 27 estados brasileiros, o número de beneficiários do Bolsa Família ainda é maior do que o de trabalhadores com carteira assinada, excluindo o setor público.

Antes da pandemia, em 8 estados essa situação era observada. Contudo, esse número subiu para 10 em 2020, 12 em 2022 com o Auxílio Brasil, e agora, em 2023 e mantendo-se em 2024, são 13 estados onde essa realidade persiste.

Todos os estados do Nordeste e 4 do Norte do país estão nessa condição. O Maranhão se destaca como o estado com a maior dependência do benefício, onde há 641 mil empregos formais e 1,2 milhão de famílias maranhenses recebendo Bolsa Família. Em outras palavras, há 2 beneficiários para cada trabalhador com carteira assinada.

Por outro lado, em Santa Catarina, essa proporção é significativamente menor, com 10 trabalhadores para cada beneficiário do Bolsa Família.

Embora tenha havido uma redução geral nessa proporção no último ano, com queda em 25 estados, o número de beneficiários em relação aos trabalhadores com carteira assinada permaneceu estável no Distrito Federal e em Santa Catarina, onde a proporção já era baixa.

Em janeiro de 2020, antes da pandemia, o Brasil contava com 39,6 milhões de trabalhadores com carteira e 13,2 milhões de beneficiários do Bolsa Família. Esse número de beneficiários aumentou para 14,5 milhões em dezembro de 2021 e foi ampliado para 21,6 milhões em 2022, ano eleitoral, com pelo menos 3 milhões dos 7 milhões de novos beneficiários sendo incluídos nos três meses que antecederam as eleições.

Esse aumento abrupto gerou preocupações entre os economistas sobre a eficácia do programa, mas estudos mostram que o Bolsa Família é altamente focado na população mais necessitada. Em 2022, houve um aumento temporário no valor do benefício, que se tornou permanente com a disputa eleitoral, chegando a R$ 680 em 2023.

Essa expansão do Bolsa Família coincidiu com um enfraquecimento do mercado de trabalho formal, levando a uma proporção de 2 beneficiários para cada emprego com carteira assinada em janeiro de 2023.

No entanto, há um debate entre os economistas sobre o impacto dessa expansão nos mercados de trabalho. Alguns argumentam que o aumento do Bolsa Família pode dinamizar a economia, como indicam os dados recentes de aumento da renda domiciliar per capita e da criação de empregos formais.

Os números da FGV Social mostram um aumento real de 12,5% na renda domiciliar per capita em 2023, acompanhado pela criação de 1,48 milhão de empregos formais no mesmo período. Isso sugere que a transferência de grandes somas pode impulsionar a economia, como evidenciado por estudos realizados no Quênia e mencionados pelo diretor da FGV Social, Marcelo Neri.

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