O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), saiu em defesa do ministro Alexandre de Moraes após a revelação de que seu gabinete teria solicitado à Justiça Eleitoral relatórios que fundamentassem decisões em inquéritos sob sua relatoria, como os das fake news e das milícias digitais.
A defesa ocorreu durante a abertura da sessão desta quarta-feira (14), um dia após a Folha de São Paulo divulgar que aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram alvos de pedidos considerados seletivos. Barroso destacou que Moraes, na condição de relator dos inquéritos, iniciou os processos enquanto presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre 2022 e 2023. Por isso, segundo Barroso, não era necessário oficializar os pedidos, uma vez que se tratavam de informações públicas relacionadas ao monitoramento de redes sociais, publicações e notícias dos investigados.
— Na vida, às vezes enfrentamos tempestades reais e, às vezes, fictícias. E acredito que esta seja uma dessas tempestades fictícias — afirmou Barroso logo no início da sessão.
Barroso acrescentou que todas as informações solicitadas pelo STF e por Moraes estavam relacionadas a pessoas já investigadas e a inquéritos já abertos na Corte. Ele enfatizou que não houve qualquer pedido direcionado especificamente a uma pessoa em particular e que as apurações pedidas por Moraes ao TSE visavam identificar condutas criminosas em andamento no âmbito dos inquéritos do STF.