O prefeito de Val di Zoldo, localizado no norte da Itália, expressou sua insatisfação com a crescente quantidade de brasileiros que buscam cidadania italiana na cidade, ao estender uma bandeira do Brasil na sacada da prefeitura como forma de protesto. Este movimento é uma resposta à sobrecarga, que as solicitações de cidadania estão causando nos tribunais e nos registros civis das cidades da região do Vêneto, especialmente em cidades pequenas.
A situação se agravou devido a uma mudança na legislação em 2022, que reduziu o prazo para obtenção da documentação necessária para a cidadania italiana. Anteriormente, o procedimento padrão, realizado através dos consulados, poderia levar até dez anos, enquanto o processo pela Corte italiana agora pode ser concluído em até dois anos.
Após a solicitação chegar ao Judiciário, o tribunal emite uma ordem para a cidade de origem do ancestral, exigindo o reconhecimento da cidadania do solicitante por meio de registros retroativos, como os de nascimento e casamento. Somente após esse reconhecimento o requerente pode solicitar o passaporte italiano. As prefeituras têm 30 dias para verificar a autenticidade dos documentos e cumprir a decisão judicial.
O prefeito de Val di Zoldo, Camillo De Pellegrin, expressou sua preocupação com a carga de trabalho adicional que essas solicitações representam para a administração municipal, destacando que a maioria das solicitações é proveniente de brasileiros. Em janeiro, o município recebeu uma notificação do Tribunal Administrativo Regional por não cumprir um pedido de cidadania, o que levou o prefeito a anunciar que priorizará os processos dos brasileiros para evitar novas notificações judiciais.
“Vamos dar prioridade aos processos dos cidadãos ítalo-brasileiros para evitar expor o município a novos recursos, reclamações ou pedidos de indenização”, afirmou o prefeito em suas redes sociais. “Trataremos primeiro das cidadanias e depois dos nossos residentes, pois é isso que o Estado quer.”