O ato pela anistia aos presos do 8 de janeiro, realizado neste domingo (6) na Avenida Paulista, em São Paulo, reuniu lideranças religiosas de diferentes crenças, num gesto simbólico de união pela causa. O evento, organizado pelo pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, foi marcado por discursos contra os abusos do Judiciário e pedidos enfáticos por perdão aos condenados.
Malafaia, um dos principais articuladores do evento, criticou diretamente o ministro Alexandre de Moraes, a quem chamou de “ditador de toga”. Durante sua fala, defendeu a anistia como forma de restaurar a justiça e encerrar o que considera uma perseguição política.
O ato também contou com a presença do rabino Sany Sonnenreich, que destacou a importância da empatia e do perdão. Ele pediu que os brasileiros se coloquem no lugar dos presos e seus familiares. “Antes de mais nada, é preciso ter o perdão acima de tudo”, declarou o rabino à Revista Oeste.
O pai de santo Sergio Pina, do Rio de Janeiro, subiu ao trio elétrico ao lado de Michelle Bolsonaro. Ele abraçou a ex-primeira-dama e expressou apoio ao movimento, ganhando reconhecimento de internautas e membros das religiões de matriz africana. Pina compartilhou registros com Bolsonaro em suas redes sociais.
Também participou o padre Kelmon, conhecido por sua atuação política em eleições passadas. Ele subiu ao palco e reforçou o apoio à anistia, ao lado de representantes de outras religiões.
O ato inter-religioso na Paulista mostrou que o pedido por anistia ganhou dimensão além da política, envolvendo diferentes segmentos da sociedade, inclusive os de fé, em um apelo conjunto por justiça e reconciliação nacional.
