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sexta-feira, 17 maio, 2024
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Ascensão das classes altas: Impactos do terceiro mandato de Lula na distribuição de renda

Por Marina B.

A era de forte mobilidade social vista nos primeiros mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não será replicada nos próximos anos no Brasil. Enquanto entre 2003 e 2010 o país testemunhou uma significativa ascensão da classe D/E para a classe C, hoje a dinâmica é diferente. O contexto atual, marcado por altas taxas de juros, baixo crescimento econômico e limitações orçamentárias, favorece principalmente as classes A e B.

Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A experimentará um aumento considerável na massa de renda real entre 2024 e 2028, crescendo a uma taxa anual de 3,9%. Em contrapartida, a classe D/E terá um crescimento mais modesto, de apenas 1,5% em média.

Essa disparidade na distribuição de renda se reflete nas oportunidades de investimento. Apesar da previsão de redução da taxa básica de juros, a Selic, permanece relativamente alta. Além disso, a possível manutenção das taxas de juros elevadas nos Estados Unidos pressiona países emergentes como o Brasil a manterem suas próprias taxas elevadas para atrair investidores.

Isso significa que os ganhos de capital dos mais ricos, aliados a um ambiente econômico desafiador, contribuirão significativamente para o crescimento da classe A, enquanto as classes mais baixas, como a D/E, enfrentarão uma perspectiva mais restrita de crescimento de renda.

A história contrasta com o período entre 2003 e 2010, quando o país se beneficiou de fatores como reformas estruturais anteriores, crescimento econômico global robusto e aumento nos preços das commodities exportadas.

Atualmente, as classes mais baixas, representando quase metade das famílias, detêm uma parcela desproporcionalmente menor da renda nacional. Enquanto isso, a classe A, embora numericamente menor, detém uma fatia significativa da renda total.

Embora as políticas governamentais tenham beneficiado as classes mais baixas no início do governo Lula 3, expandindo a cobertura do Bolsa Família, a capacidade de impulsionar a renda de forma sustentável é desafiadora. A estabilidade econômica e o crescimento orgânico são essenciais para uma distribuição de renda mais equitativa no país.

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