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quarta-feira, 2 outubro, 2024
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As incertezas em torno das projeções de receita e despesa começam a minar as expectativas de redução das taxas de juros

Por Alexandre G.

A situação das finanças públicas continua a ser motivo de preocupação para os investidores, à medida que surgem notícias de gastos subestimados e receitas superestimadas.

No que diz respeito às despesas, as estimativas para os gastos com previdência indicam um montante até 20 bilhões de reais acima do previsto pelo governo. Enquanto isso, revisões em medidas legislativas em andamento e nas negociações com empresas para a renovação de concessões devem impactar negativamente a arrecadação.

Diante da dificuldade de aprovação das propostas de aumento de arrecadação no Congresso, o governo avalia recorrer ao Judiciário para contestar as decisões parlamentares. No entanto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pretende buscar uma solução negociada com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, em relação à redução das contribuições previdenciárias dos municípios com até 156 mil habitantes.

Pacheco rejeitou a proposta do governo, o que, segundo dados do Ministério da Fazenda, resultaria em uma redução de aproximadamente 10 bilhões de reais na arrecadação deste ano.

Com menos receita e mais despesas, a meta de zerar o déficit primário neste ano está cada vez mais distante. O mercado financeiro tem reagido a esse descompasso entre as estimativas do governo e a realidade das contas públicas com aumentos nas taxas de juros futuros.

Na sessão de quarta-feira, 3, as expectativas para a taxa Selic no final deste ano, que chegaram a ficar em torno de 8% no ano passado, agora ultrapassam 9,75% ao ano até dezembro de 2024. Isso indica que o mercado acredita que o Banco Central terá menos espaço para reduzir os juros, devido à desconfiança em relação à responsabilidade fiscal.

Além disso, o atraso no início do ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos também tem afetado as perspectivas para a taxa básica de juros e o câmbio no Brasil.

No cenário corporativo, as tensões entre o governo e a Petrobras também têm impactado negativamente o mercado acionário brasileiro, com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, adotando um tom mais agressivo contra o presidente da estatal, Jean Paul Prates, o que deve gerar mais volatilidade na sessão desta quinta-feira, 4.

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