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sábado, 5 julho, 2025
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As contradições de Cid na acareação no STF

Por Alexandre Gomes

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro apresenta versões desencontradas sobre suposta entrega de dinheiro por Braga Netto; defesa do general o chama de “mentiroso contumaz”

Em mais de duas horas de acareação no Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, entrou em contradição sobre diversos pontos-chave de seu depoimento, especialmente em relação à reunião na casa do general Braga Netto e à suposta entrega de dinheiro por parte do militar.

Segundo Cid, o encontro realizado em 12 de novembro de 2022 teria reunido militares insatisfeitos com o resultado das eleições presidenciais. O objetivo, segundo seu relato, seria discutir ações contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-ajudante afirma que deixou a reunião antes do fim e, dias depois, teria recebido uma sacola com dinheiro entregue por Braga Netto — mas suas declarações não foram coerentes.

O general Braga Netto, por sua vez, negou todas as acusações e classificou os relatos de Cid como inverídicos e inconsistentes, por meio de sua defesa.

Os principais pontos de contradição no depoimento de Cid

Local da entrega do dinheiro
Mauro Cid apresentou três versões diferentes sobre onde teria recebido o dinheiro supostamente entregue por Braga Netto:

  • A garagem privativa do Palácio;
  • A sala da ajudância de ordens;
  • E o estacionamento próximo à piscina.

Essa mudança de local durante o depoimento enfraqueceu a narrativa apresentada.

  1. Condições da entrega

Cid afirmou que a sacola com dinheiro estava lacrada, mas também disse ter conseguido estimar o valor apenas pelo peso. Não soube especificar a quantia exata e tampouco apresentou qualquer tipo de comprovante ou testemunha do ato.

  1. Data incerta

O ex-ajudante alegou ter recebido o dinheiro cerca de uma ou duas semanas depois da reunião, mas não soube precisar a data exata. Estimou que o repasse teria ocorrido por volta de 9 de dezembro de 2022.

  1. Falta de provas materiais

Cid não apresentou provas da entrega do dinheiro, admitiu não haver testemunhas e confessou não lembrar do horário nem do local com clareza. Essa ausência de evidências concretas enfraquece as acusações.

  1. Mudança de versão à Polícia Federal

Em depoimentos anteriores, Cid não havia mencionado o repasse financeiro. Quando questionado na acareação, afirmou que omitiu por estar “em choque” com a prisão de colegas militares, o que teria afetado seu relato inicial.

Defesa de Braga Netto reage com veemência

A defesa do general Braga Netto reagiu de forma contundente às declarações, chamando Cid de “mentiroso contumaz”. O advogado José Luis de Oliveira Lima destacou que o ex-ajudante tem histórico de múltiplas versões e que faltam provas mínimas para sustentar suas alegações.

“É assustador o quanto ele mente”, afirmou Oliveira Lima. “Primeiro era um lugar, depois dois, agora são três possíveis locais para a entrega de dinheiro. Isso descredibiliza qualquer narrativa.”

A defesa questiona o uso da palavra de Cid como base para investigações e medidas judiciais severas, como ações penais ou cassações políticas. “É preocupante que o Supremo possa estar se apoiando em relatos tão instáveis. Isso é um escândalo.”

A acareação é mais um capítulo nas investigações em torno da suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022. As contradições de Mauro Cid colocam em dúvida a solidez de parte da delação premiada que firmou com a Polícia Federal.

Embora Cid continue colaborando com as autoridades, o episódio reacende debates dentro do próprio STF e entre juristas sobre os limites da credibilidade de delatores, especialmente quando não há provas materiais que sustentem suas afirmações.

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro apresenta versões desencontradas sobre suposta entrega de dinheiro por Braga Netto; defesa do general o chama de “mentiroso contumaz”

Em mais de duas horas de acareação no Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, entrou em contradição sobre diversos pontos-chave de seu depoimento, especialmente em relação à reunião na casa do general Braga Netto e à suposta entrega de dinheiro por parte do militar.

Segundo Cid, o encontro realizado em 12 de novembro de 2022 teria reunido militares insatisfeitos com o resultado das eleições presidenciais. O objetivo, segundo seu relato, seria discutir ações contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-ajudante afirma que deixou a reunião antes do fim e, dias depois, teria recebido uma sacola com dinheiro entregue por Braga Netto — mas suas declarações não foram coerentes.

O general Braga Netto, por sua vez, negou todas as acusações e classificou os relatos de Cid como inverídicos e inconsistentes, por meio de sua defesa.

Os principais pontos de contradição no depoimento de Cid

Local da entrega do dinheiro
Mauro Cid apresentou três versões diferentes sobre onde teria recebido o dinheiro supostamente entregue por Braga Netto:

  • A garagem privativa do Palácio;
  • A sala da ajudância de ordens;
  • E o estacionamento próximo à piscina.

Essa mudança de local durante o depoimento enfraqueceu a narrativa apresentada.

  1. Condições da entrega

Cid afirmou que a sacola com dinheiro estava lacrada, mas também disse ter conseguido estimar o valor apenas pelo peso. Não soube especificar a quantia exata e tampouco apresentou qualquer tipo de comprovante ou testemunha do ato.

  1. Data incerta

O ex-ajudante alegou ter recebido o dinheiro cerca de uma ou duas semanas depois da reunião, mas não soube precisar a data exata. Estimou que o repasse teria ocorrido por volta de 9 de dezembro de 2022.

  1. Falta de provas materiais

Cid não apresentou provas da entrega do dinheiro, admitiu não haver testemunhas e confessou não lembrar do horário nem do local com clareza. Essa ausência de evidências concretas enfraquece as acusações.

  1. Mudança de versão à Polícia Federal

Em depoimentos anteriores, Cid não havia mencionado o repasse financeiro. Quando questionado na acareação, afirmou que omitiu por estar “em choque” com a prisão de colegas militares, o que teria afetado seu relato inicial.

Defesa de Braga Netto reage com veemência

A defesa do general Braga Netto reagiu de forma contundente às declarações, chamando Cid de “mentiroso contumaz”. O advogado José Luis de Oliveira Lima destacou que o ex-ajudante tem histórico de múltiplas versões e que faltam provas mínimas para sustentar suas alegações.

“É assustador o quanto ele mente”, afirmou Oliveira Lima. “Primeiro era um lugar, depois dois, agora são três possíveis locais para a entrega de dinheiro. Isso descredibiliza qualquer narrativa.”

A defesa questiona o uso da palavra de Cid como base para investigações e medidas judiciais severas, como ações penais ou cassações políticas. “É preocupante que o Supremo possa estar se apoiando em relatos tão instáveis. Isso é um escândalo.”

A acareação é mais um capítulo nas investigações em torno da suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022. As contradições de Mauro Cid colocam em dúvida a solidez de parte da delação premiada que firmou com a Polícia Federal.

Embora Cid continue colaborando com as autoridades, o episódio reacende debates dentro do próprio STF e entre juristas sobre os limites da credibilidade de delatores, especialmente quando não há provas materiais que sustentem suas afirmações.

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