A seis dias do segundo turno das eleições municipais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta uma queda preocupante na sua taxa de aprovação na cidade de São Paulo, segundo levantamento do instituto Atlas, divulgado nesta segunda-feira (21). A aprovação do petista caiu para 40%, uma baixa de dois pontos percentuais em comparação à pesquisa anterior, realizada em 5 de outubro, quando o índice estava estabilizado em 42%. O dado acende um alerta para Lula, que vê sua popularidade recuar em um momento crítico para seus aliados no segundo turno.
Além da queda na aprovação, a desaprovação de Lula na capital paulista subiu três pontos, atingindo 57%. Trata-se da segunda pesquisa consecutiva que registra aumento no descontentamento dos paulistanos com o governo federal. A insatisfação com Lula só cresce desde agosto, quando a desaprovação atingiu 51%. Agora, a reprovação do presidente já alcança 48% dos eleitores que avaliam sua gestão como ruim ou péssima, uma escalada em relação aos 44% registrados anteriormente.
Os números revelam um desgaste significativo do presidente em São Paulo, maior cidade do país e um reduto estratégico para o PT. A queda na avaliação positiva de Lula — de 31% para 26% — é um reflexo de uma gestão que, na percepção de muitos paulistanos, tem falhado em áreas-chave como economia, segurança e saúde. A narrativa petista de conquistas no governo federal parece não convencer a população da capital, que vive uma realidade marcada por desafios econômicos e um aumento na sensação de insegurança.
O fato de São Paulo ser historicamente um campo difícil para o PT só agrava a situação. O desgaste pessoal de Lula se reflete nas dificuldades de seus candidatos locais, que tentam se desvencilhar da imagem negativa do governo federal para conquistar votos no segundo turno. O aumento da desaprovação e a queda de popularidade do presidente indicam que sua influência sobre o eleitorado paulistano está enfraquecida, o que pode prejudicar o desempenho do PT nas urnas.
Além disso, a queda de popularidade de Lula em São Paulo serve como um termômetro do seu governo em âmbito nacional. A insatisfação crescente pode indicar que, apesar das vitórias eleitorais anteriores, o petista enfrenta agora um desgaste acelerado, e sua gestão não tem conseguido corresponder às expectativas de setores importantes da sociedade.
O resultado dessa insatisfação será sentido nas urnas do segundo turno das eleições municipais, mas também pode ter repercussões mais amplas para o governo federal, que depende da base de apoio popular para aprovar suas pautas no Congresso e manter a estabilidade política. Lula enfrenta agora o desafio de reconquistar a confiança do eleitorado em um cenário de crescente rejeição, que ameaça seu legado político e a governabilidade de seu terceiro mandato.
Com a queda na aprovação e o aumento da rejeição, a cidade de São Paulo pode se tornar um símbolo de resistência à atual administração petista, acentuando a divisão política no país e criando ainda mais desafios para Lula e seus aliados em um futuro próximo.