Presidente deixa hospital em Brasília após cirurgia no intestino e é recebido com orações e manifestações de apoio
O presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu alta médica na manhã deste domingo (4) após passar 23 dias internado no Hospital DF Star, em Brasília. Ele se recuperava de uma cirurgia delicada para tratar uma obstrução intestinal, realizada no dia 13 de abril. Mesmo ainda debilitado, Bolsonaro caminhou com esforço até o carro que o aguardava e falou brevemente com apoiadores e jornalistas.
A saída do hospital foi marcada por emoção. Desde os primeiros dias da internação, apoiadores mantiveram uma vigília com orações e mensagens de solidariedade em frente à unidade hospitalar. Na manhã deste domingo, eles prestaram homenagens com bandeiras do Brasil, cartazes e cânticos religiosos, celebrando a recuperação do ex-presidente.
“Obrigado pelas orações. Agora é focar na recuperação”, declarou Bolsonaro, visivelmente emocionado. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro acompanhou o momento à distância e entrou no veículo após o marido já estar acomodado.
Cirurgia complexa e recuperação gradual
A cirurgia foi considerada uma das mais longas e complexas desde o atentado sofrido por Bolsonaro em 2018. Segundo os médicos, a obstrução intestinal foi causada por aderências formadas ao longo dos últimos anos, consequência das várias intervenções cirúrgicas anteriores.
Bolsonaro chegou a ser internado inicialmente em Santa Cruz, no interior do Rio Grande do Norte, após sentir fortes dores abdominais. Ele foi transferido para Natal e, posteriormente, encaminhado à capital federal, onde passou pela operação, que durou cerca de 12 horas.
Nos primeiros 18 dias de internação, permaneceu na UTI. Só foi transferido para o quarto no dia 30 de abril, quando retomou a alimentação oral e iniciou sessões de fisioterapia motora. A equipe médica também implementou protocolos para evitar complicações como trombose venosa.
Retomada política e ato pela anistia
Apesar das recomendações médicas de repouso absoluto, Bolsonaro já sinalizou sua intenção de participar, ainda que simbolicamente, da “Marcha Pacífica da Anistia Humanitária”, marcada para o dia 7 de maio, em Brasília. A manifestação foi convocada por grupos de direita que pedem anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
Em uma vídeo-chamada no último dia 1º, o ex-presidente disse: “Se tiver condições físicas, pelo menos lá na torre me faço presente. Não vou poder caminhar, mas na torre me faço presente, se estiver bem”.
O médico Cláudio Birolini reforçou que o momento exige cautela: “Passamos as instruções para que ele não participe presencialmente do ato. Não é recomendável neste momento”. As orientações incluem dieta pastosa, repouso, evitar aglomerações e limitar visitas nas próximas semanas.
Mesmo sob cuidados, Bolsonaro segue determinado a retomar sua agenda política e segue contando com o apoio ativo de sua base, que vê sua recuperação como mais uma prova de sua resiliência.