O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende ser um dos principais, talvez o maior, cabo eleitoral nas campanhas municipais das grandes cidades. No entanto, as últimas pesquisas eleitorais acenderam um sinal de alerta em relação ao real potencial do petista.
Uma pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 24, aponta que 75% dos eleitores da cidade do Rio de Janeiro não votariam em um candidato apenas com base no apoio de Lula. Outros 23% afirmaram que votariam e 3% não souberam ou não responderam (o total dá mais de 100% devido aos arredondamentos).
Especificamente, a pesquisa mostra que o apoio de Lula ao prefeito Eduardo Paes (PSD) faria sua intenção de voto oscilar de 52% para 46%. Por outro lado, Alexandre Ramagem (PL), apoiado por Bolsonaro, teria seu percentual aumentado de 14% para 30% quando associado ao ex-presidente.
São Paulo
Na capital paulista, uma pesquisa do instituto Paraná Pesquisas divulgada em 19 de julho mostra que a avaliação positiva da gestão de Lula vem caindo na maior cidade do país desde o início do ano.
De acordo com a pesquisa, os paulistanos estão bastante divididos quanto ao trabalho do petista em seu terceiro mandato: 48,7% aprovam sua gestão e 47,9% desaprovam, com 3,4% sem opinião.
Em fevereiro deste ano, a taxa de aprovação era de 54,9%. Depois, oscilou para 53,6% em março, 50,5% em maio, 49,0% em junho e agora 48,7%. Já a taxa de desaprovação aumentou: era de 41,9% em fevereiro, passou para 43,6%, depois 45,7%, foi para 46,9% e agora está em 47,9%.
Lula nos palanques
O presidente tem deixado claro que não vai medir esforços para vencer nas duas principais capitais do país. No último sábado, 20, ele foi a maior estrela na convenção que ratificou as candidaturas de Guilherme Boulos (PSOL) e Marta Suplicy (PT) para a prefeitura de São Paulo.
No final de junho, Lula também esteve no Rio de Janeiro, inaugurando e anunciando obras ao lado de Eduardo Paes, a quem define como “o melhor prefeito do país”. Mesmo assim, ao contrário de Boulos, Paes não cederá a vaga de vice ao PT na chapa. Além do risco de perder eleitores com a ligação direta ao petismo, Paes deve deixar o cargo em 2026 para disputar o governo, o que faria com que seu vice se tornasse prefeito por quase dois anos.