Durante a sessão do Congresso realizada em 28 de maio, as siglas aliadas, mesmo comandando ministérios, posicionaram-se majoritariamente contra o governo em 16 votações de vetos.
Partidos como MDB, PSD, PP, Republicanos e União Brasil, deram a maioria de seus votos para derrubar os vetos do presidente Lula ou para manter o veto do ex-presidente Jair Bolsonaro ao projeto que criminalizava as fake news, o que também contrariou o governo. O PSD, liderado por Gilberto Kassab e responsável pelos ministérios de Minas e Energia, Agricultura e Pesca, por exemplo, registrou 75% de votos contra o governo.
O União Brasil, com a terceira maior bancada da Câmara, apresentou 72% de seus votos contra o governo. O partido, que controla os ministérios das Comunicações e do Turismo, além de ter influência na indicação de Waldez Góes para o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, demonstrou sua posição contrária.
Surpreendentemente, o PT, embora seja o partido do presidente Lula, registrou 28% de votos contrários ao governo. Isso se deve a acordos firmados pela legenda, como nos vetos da lei orgânica das Polícias Militares e das Polícias Civis, nos quais o partido concordou em derrubar alguns trechos do veto em troca da manutenção de outros.
A análise abrangeu 7.877 votos em 16 votações. Todos os votos pela manutenção dos vetos foram considerados a favor do governo, com exceção do veto 46/2001, de Bolsonaro, onde os votos pela manutenção foram considerados contra o governo.