O PT lançou críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a celebração de seu 44º aniversário, ocorrida na noite de quarta-feira (20) em Brasília. O evento teve parte da organização liderada pela primeira-dama Janja da Silva e contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) junto a outros correligionários e aliados.
Durante a festa, um telão exibiu reportagens da imprensa sobre a atuação de Bolsonaro e seus familiares na política brasileira. Em uma delas, o partido exibiu a expressão “mercador da morte”, referindo-se a Bolsonaro como um “garoto propaganda” da cloroquina, medicamento que foi apontado como supostamente ineficaz contra a Covid-19.
Outras imagens exibiram manchetes que mencionavam o uso do medicamento em 23 discursos oficiais e a aquisição de imóveis em dinheiro pela família do ex-presidente, conforme reportado pelo site Poder 360.
Os ataques à família Bolsonaro foram precedidos por um confronto na Câmara dos Deputados, durante uma sessão solene em homenagem ao partido. Os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) e Paulo Bilynskyj (PL-SP) entraram no plenário com uma faixa vermelha com a frase “44 anos de corrupção, parabéns”.
A ação gerou uma confusão entre deputados governistas e da oposição, levando a presidente da sessão, Maria do Rosário (PT-RS), a acionar a Polícia Legislativa para conter a discussão. Ela afirmou que os parlamentares “não permanecerão desonrando o parlamento. Ou comportam-se como deputados ou se retiram”.
Eduardo Bolsonaro e Paulo Bilynskyj não comentaram o incidente.
Além dos ataques a Bolsonaro, a festa do aniversário do PT contou com um discurso de quase 13 minutos de Lula, que decidiu falar ao ver o microfone e disse que “dava coceira nos dentes”.
Ele mencionou ter combinado com Janja que não faria um discurso, mas mudou de ideia. Lula criticou a liberdade provisória concedida ao ex-jogador Daniel Alves, elogiou o PT por aceitar a entrada de Geraldo Alckmin (PSB) na chapa que o elegeu em 2022 e reiterou sua posição de que Israel está realizando um “genocídio” em sua reação ao Hamas em Gaza.
Entre os presentes na festa estavam o ex-ministro José Dirceu, que está retornando à cena política brasileira após ter sido condenado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva no âmbito das investigações do Mensalão e da Operação Lava Jato. Recentemente, ele reuniu políticos e ministros de Lula em uma festa para comemorar seus 78 anos, em Brasília.
Também estiveram presentes o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, cuja condenação foi anulada pela Justiça no ano passado; o presidente do Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho; o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, que foi indiciado junto com Lula durante a Lava Jato; o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, entre outros.
A festa do PT ocorreu no Centro Internacional de Convenções de Brasília (CICB) e chegou a vender mil ingressos, com preços variando entre R$ 350 e R$ 20 mil como “contribuição para o partido”.
