A proposta de anistia aos presos e condenados pelos atos de 8 de janeiro ganhou força significativa na Câmara dos Deputados. Já são cerca de 200 assinaturas no requerimento de urgência, número que aproxima o projeto da votação em plenário. Mais de 70 parlamentares que integram a base do governo Lula já assinaram o pedido, incluindo membros de partidos com ministérios no governo, como União Brasil, PP, MDB, PSD e Republicanos.
A mobilização cresceu após o ato pró-anistia na Avenida Paulista, com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) lidera a articulação e tem conseguido ampliar o apoio, inclusive entre aliados do Planalto.
O projeto precisa de 257 assinaturas para avançar em regime de urgência, e menos de 60 votos separam a proposta da apreciação direta pelo plenário. O Planalto esperava que o tema ficasse restrito à oposição, mas o engajamento da base demonstra que a anistia passou a ser vista como uma pauta de defesa jurídica e institucional, superando alinhamentos ideológicos.
Dentre os que assinaram, há nomes como Rosangela Moro (União-SP), Osmar Terra (MDB-RS), Reinhold Stephanes (PSD-PR), Ricardo Barros (PP-PR), Silas Câmara (Republicanos-AM), entre outros. A lista completa já conta com deputados de quase todas as regiões do Brasil.
A adesão de aliados do governo acendeu um sinal de alerta no Planalto. O temor é que a aprovação da anistia represente um desgaste político e uma derrota simbólica do discurso oficial sobre os atos de 8 de janeiro.
A oposição mantém a lista em sigilo parcial para evitar retaliações e permitir que mais deputados se juntem ao movimento sem pressões diretas. A expectativa é que o número necessário de assinaturas seja alcançado ainda neste mês.