O ex-ministro da Justiça Anderson Torres solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um novo interrogatório no âmbito das investigações sobre o suposto plano de golpe de Estado. O pedido foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes e inclui uma acareação com o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, e com o tenente-brigadeiro-do-ar Carlos Baptista Junior, ex-comandante da Força Aérea Brasileira.
A acareação consiste na realização de um depoimento conjunto, em que as partes confrontam suas versões para esclarecer divergências nos relatos.
Objetivo da defesa de Torres
A defesa de Torres busca rebater as acusações feitas pelos militares, que afirmam que o ex-ministro teria integrado um núcleo jurídico para um suposto golpe e participado de reuniões com essa finalidade.
Os advogados de Torres criticaram o depoimento do general Freire Gomes, destacando que ele se recorda detalhadamente do conteúdo de uma suposta minuta golpista apresentada em 2022, mas não consegue indicar datas e locais onde Torres teria prestado apoio jurídico ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
“A ausência de informações claras sobre em que cenário se deu a participação de Anderson Torres nas supostas reuniões é digna de nota, sobretudo no que diz respeito ao general Freire Gomes”, argumentou a defesa.
Caso Alexandre de Moraes aceite a solicitação, o pedido será encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR) para manifestação.
Torres já foi indiciado pela Polícia Federal (PF) ao lado de outras 40 pessoas no inquérito sobre a tentativa de golpe, sendo apontado como um dos articuladores jurídicos do plano.