Segundo o Poder360, Wadih Damous, petista histórico e próximo do presidente Lula, se reuniu com três suspeitos de envolvimento em esquema que lesou aposentados em mais de R$ 6 bilhões
O secretário nacional do Consumidor no Ministério da Justiça, Wadih Damous — advogado, ex-deputado federal e aliado de confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva — recebeu em 4 de junho de 2024 três investigados por envolvimento em um esquema de fraudes contra beneficiários do INSS. A informação foi revelada pelo site Poder360.
O encontro foi com Alessandro Stefanutto, Virgílio Oliveira Filho e André Fidelis. Os três são alvos da Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal, que investiga uma suposta organização criminosa responsável por descontos indevidos em aposentadorias e pensões. O esquema teria causado um prejuízo superior a R$ 6 bilhões — a maior parte desse montante desviada já durante o atual governo Lula.
De acordo com o Poder360, a reunião tratou de temas ligados a empréstimos consignados — justamente o foco da investigação policial. O encontro ocorreu em um momento em que as suspeitas sobre as irregularidades já circulavam nos bastidores do governo em Brasília.
Wadih Damous é figura próxima ao presidente e um petista de longa trajetória. Já foi presidente da OAB-RJ (2007-2012), período em que o plano de saúde da advocacia do Rio (Caarj) entrou em colapso financeiro e teve de ser vendido à Unimed Rio. Também tentou várias vezes se eleger deputado federal, assumindo o cargo apenas como suplente em ocasiões pontuais.
Atualmente, Damous foi indicado por Lula para compor a diretoria da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Sua nomeação ainda depende de aprovação pelo Senado.
Procurado pelo Poder360, Damous não respondeu aos questionamentos sobre o encontro com os investigados. O site informa que atualizará a matéria caso haja manifestação do secretário.
A revelação levanta dúvidas sobre os critérios do governo para nomeações em cargos estratégicos e o nível de proximidade entre figuras do alto escalão e envolvidos em casos de corrupção ativa contra a população mais vulnerável, como aposentados e pensionistas.
