O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que a Polícia Federal se manifeste em até 48 horas sobre o uso do celular de Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro. A operadora Tim informou à Corte que os dados de geolocalização indicam que o celular de Martins estava no Brasil no dia 30 de dezembro de 2022, data em que Bolsonaro viajou para os Estados Unidos.
Martins está detido desde 8 de fevereiro deste ano, por ordem de Moraes, totalizando 153 dias, apesar das evidências de que ele não estava presente na viagem que motivou sua prisão. A defesa tem apresentado diversas provas de que Martins não estava a bordo do avião presidencial que levou Bolsonaro aos Estados Unidos no final de 2022.
Moraes assinou o despacho nesta quarta-feira (10), conforme noticiado pelo Poder360. Ele requisitou que a PF informe se extraiu os dados registrados no celular de Martins nos dias 29 de dezembro de 2022, um dia antes da viagem de Bolsonaro, e 9 de janeiro de 2023, um dia após os eventos de 8 de janeiro de 2023.
Os registros indicam que o celular de Martins esteve em Ponta Grossa (PR) do dia 31 de dezembro de 2022 até 9 de janeiro de 2023, mesma cidade onde ele foi preso em fevereiro deste ano. A Latam confirmou que o ex-assessor embarcou para Curitiba (PR) no dia 31 de dezembro de 2022.
Após a PF fornecer as informações solicitadas, Moraes concedeu um prazo de cinco dias para que a defesa de Martins e a Procuradoria Geral da República (PGR) se manifestem. Em março, a PGR emitiu um parecer favorável à liberdade provisória de Martins, mas Moraes não acatou a recomendação, argumentando que “a pretensão de afrouxar a custódia parece reunir suficientes razões práticas e jurídicas”.
