O advogado-geral da União, Jorge Messias, voltou a reforçar nesta terça-feira (7) a importância de regulamentar as redes sociais no Brasil. Ele criticou a decisão da Meta, empresa de Mark Zuckerberg, de substituir o sistema de checagem de fatos por um modelo de “notas da comunidade”. Para Messias, a mudança pode agravar a “desordem informacional” no ambiente digital.
Meta Abandona Checagem Independente
A Meta anunciou que deixará de usar parceiros independentes para verificar informações, adotando um mecanismo que permite que os próprios usuários do Facebook e Instagram sinalizem conteúdos considerados enganosos. Essa abordagem, semelhante à implementada pela rede X (antigo Twitter), será lançada inicialmente nos Estados Unidos.
Segundo Zuckerberg, a decisão reflete as mudanças no cenário político e social global e busca promover maior liberdade de expressão. No entanto, a medida gerou debates sobre os possíveis impactos na luta contra a desinformação.
Críticas e Preocupações
Jorge Messias classificou a decisão como uma ação comercial que prioriza os interesses da Meta em detrimento de medidas eficazes contra fake news e discursos de ódio. Ele também destacou o uso de algoritmos “opacos” pela empresa, que, segundo ele, podem intensificar problemas já presentes no ecossistema digital.
– A Meta optou por focar em expandir seu modelo de negócios. Infelizmente, devido ao caráter secreto de seus algoritmos, essa decisão tende a amplificar a desordem informacional em um cenário já marcado por desafios significativos – afirmou ao jornal O Globo.
Necessidade de Regulação
Messias reforçou que a decisão da Meta evidencia a urgência de criar um marco regulatório para as redes sociais no Brasil. Para ele, a regulamentação é essencial para combater problemas estruturais no ambiente digital e promover maior responsabilidade das plataformas sobre o conteúdo compartilhado.