Em uma recente postagem, o Estadão fez uma crítica feroz à primeira-dama do Brasil, Janja da Silva, após ela xingar publicamente o empresário americano Elon Musk em um evento internacional. O comentário, proferido por Janja em tom de desprezo durante um evento que discutia desinformação nas redes sociais, foi considerado pela publicação como um exemplo de baixaria, desrespeito e falta de educação por parte de uma figura pública que deveria servir como modelo de comportamento.
A manifestação de Janja foi vista como um incidente diplomático desnecessário, especialmente considerando que Musk tem sido uma figura de destaque no governo de Donald Trump, e que os Estados Unidos, a maior economia mundial, estão intimamente envolvidos com o Brasil em várias questões políticas e comerciais. O episódio levantou questões sobre a postura da esquerda no país em relação ao discurso de ódio, à liberdade de expressão e à tolerância que, paradoxalmente, parece ser seletiva.
Ao usar um palavrão contra Musk, Janja não apenas desrespeitou o empresário, mas também baixou o nível do debate público, mostrando, de acordo com o Estadão, uma falta de delicadeza e educação incompatível com a posição que ocupa como primeira-dama do Brasil. Para o jornal, a atitude de Janja reflete um problema maior na política brasileira: a normalização da grosseria e do desrespeito nas esferas mais altas da República.
Janja, que tem sido uma figura controversa desde que seu marido, Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu a presidência, já havia atraído atenção anteriormente com o seu Janjapalooza, um festival de música patrocinado por estatais e com o apoio do governo. Mas, ao xingá-lo publicamente, ela ultrapassou um limite, pois, segundo o Estadão, uma primeira-dama deveria servir de exemplo para os cidadãos, especialmente para os mais jovens.
Musk e o Governo Trump
A situação se torna ainda mais delicada quando se considera o contexto internacional. O xingamento foi proferido em um evento internacional que o Brasil estava hospedando, com a presença de figuras influentes e a atenção da mídia mundial voltada para o país. Além disso, Musk é assessor de Trump, o novo presidente dos Estados Unidos, e tem sido uma figura-chave no cenário político e econômico global.
Ao desferir o insulto contra Musk, a primeira-dama não apenas agiu de forma impensada, mas também criou um incidente diplomático que pode ter implicações futuras nas relações do Brasil com os Estados Unidos. Este tipo de comportamento, segundo o Estadão, é uma exposição desnecessária da diplomacia brasileira, prejudicando a imagem do país e gerando um ambiente de desconfiança com uma das maiores potências do mundo.
Discurso de “ódio “do bem” e a tolerância seletiva
O ponto central da crítica do Estadão não é apenas o insulto em si, mas também o contraponto que o governo Lula tenta fazer em relação ao “discurso de ódio” nas redes sociais. Durante o evento em questão, que discutia justamente os problemas relacionados à desinformação e ao discurso de ódio, a primeira-dama se mostrou defensora de uma “regulação” das redes sociais, defendendo uma abordagem mais rígida para controlar o conteúdo digital. No entanto, ao xingar Musk, ela demonstrou que, para muitos integrantes do governo, o discurso de ódio é aceitável quando vem da esquerda.
Para o Estadão, o governo do amor que Lula prometeu criar está distante da realidade que vemos, onde a intolerância e a grosseria são permitidas para aliados, mas coibidas para os adversários políticos. A manifestação pública de Janja, em um evento internacional com a presença de influenciadores e outras figuras políticas, apenas reforça a percepção de que a tolerância pregada por muitos da esquerda no Brasil é, na verdade, uma tolerância seletiva, em que a liberdade de expressão só é respeitada quando está de acordo com a ideologia do governo.
Além disso, o episódio em questão aconteceu ao lado de Felipe Neto, um influenciador digital que se tornou uma das vozes mais proeminentes de apoio ao governo Lula nas redes sociais. Para o Estadão, isso não é apenas um reflexo da postura de intolerância do governo, mas também um exemplo da hipocrisia da esquerda, que tenta regular o discurso nas redes sociais enquanto permite que figuras como Janja exerçam seu próprio “discurso de ódio” sem qualquer crítica ou consequência.
O descompasso da postura da primeira-dama
A crítica do Estadão à primeira-dama Janja não se limita ao xingamento em si, mas ao contexto mais amplo de intolerância e desinformação no Brasil, especialmente vindo de figuras políticas de alto escalão. O episódio mostra como o discurso de ódio pode ser normalizado quando vem de quem compartilha das ideias do governo, enquanto os opositores são alvo de censura e regulação.
Esse incidente coloca em evidência o descompasso entre o que se prega e o que se pratica, especialmente no que diz respeito à liberdade de expressão e à tolerância. Se, por um lado, o governo Lula defende a regulação das redes sociais e a punição ao “discurso de ódio”, por outro, permite que suas próprias figuras públicas, como Janja, se comportem de forma absolutamente contrária a esses princípios, exacerbando ainda mais a percepção de que a liberdade de expressão no Brasil é tratada de forma selectiva e conveniente.
Para o Estadão, a lição a ser retirada desse episódio é clara: a tolerância verdadeira deve ser inclusiva e imparcial, e não servir para proteger discursos apenas de quem compartilha da mesma ideologia política. A postura da primeira-dama é um reflexo de um problema maior, que é a falta de respeito e educação nos círculos mais altos do poder brasileiro.