A promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de trazer de volta a “picanha com cervejinha” acessível para os brasileiros virou motivo de descrédito, segundo levantamento do instituto Paraná Pesquisas divulgado nesta sexta-feira (25).
A pesquisa, realizada entre 16 e 19 de abril com 2.020 eleitores em 160 municípios de todos os 26 estados e o Distrito Federal, revela que 68,4% dos brasileiros não acreditam que a situação econômica permitirá comprar picanha e cerveja com facilidade até o fim do governo Lula.
Apenas 25,7% mantêm alguma esperança, enquanto 5,9% não souberam responder. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, com 95% de confiança.
Inflação corroí promessas de campanha
Na campanha de 2022, Lula prometeu melhorar a economia e resgatar o poder de compra dos brasileiros. No entanto, a realidade tem sido marcada por uma inflação persistente, que atingiu 5,26% em 2025, acima do teto da meta de 4,5%.
O aumento de gastos públicos no governo petista é apontado como um dos fatores que alimentam a alta dos preços, frustrando as expectativas de quem aguardava alívio no custo de vida. Em vez de picanha e cerveja, os brasileiros enfrentam supermercados cada vez mais caros, com produtos básicos pesando no orçamento familiar.
73,7% sentem alta nos preços
O levantamento confirma o impacto da inflação no dia a dia: 73,7% dos entrevistados afirmam que os preços nos supermercados subiram desde a posse de Lula, o maior índice registrado desde janeiro de 2024, quando 48,4% percebiam aumento.
A percepção de alta cresceu ao longo do tempo, passando por 55% em maio de 2024, 52,4% em julho de 2024 e 65,7% em janeiro de 2025. Apenas 7,1% acreditam que os preços caíram, e 16,9% dizem que permaneceram estáveis. Esses números reforçam a dificuldade do governo em controlar a inflação e cumprir suas promessas econômicas.
Piora econômica para quase 40% dos brasileiros
A pesquisa também aponta um cenário de deterioração econômica para 36,8% dos entrevistados, o maior índice de percepção de piora desde julho de 2024, quando 25,5% viam o cenário como negativo. Para 42,7%, a situação permanece estagnada, e apenas 18,9% notaram alguma melhora. O aumento do pessimismo reflete a insatisfação com a gestão econômica do governo, que não conseguiu reverter o impacto da inflação nem impulsionar o crescimento, deixando milhões de brasileiros com menos poder de compra.
Os dados do Paraná Pesquisas escancaram o fracasso das políticas econômicas do governo Lula em entregar resultados concretos. A inflação acima da meta, o aumento dos preços nos supermercados e a percepção de piora econômica minam a confiança na gestão petista, que enfrenta críticas por priorizar gastos públicos em detrimento de medidas eficazes para aliviar o custo de vida.
A promessa da “picanha com cervejinha” tornou-se um símbolo de expectativas frustradas, com a maioria dos brasileiros descrente de que o governo possa reverter o cenário até 2026.