O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, desembarca em Washington nesta sexta-feira (28) para uma reunião crucial com o presidente americano, Donald Trump, na Casa Branca. O encontro ocorre em um momento decisivo para as negociações de paz entre Ucrânia e Rússia, além da assinatura de um acordo bilateral de exploração de minerais entre Washington e Kiev, que permitirá a exploração conjunta de recursos naturais no território ucraniano.
Trump, que recentemente chamou Zelensky de “ditador” em uma postagem na rede social Truth Social, adotou um tom mais conciliador ao elogiar a resistência ucraniana e destacar a importância da cooperação econômica entre os dois países. “Acho que vai ser ótimo para a Ucrânia. Vamos estar no local, e vamos cavar, cavar e cavar”, afirmou o presidente americano, referindo-se ao acordo de minerais, que ele classificou como “histórico”.
Segundo Trump, o acordo permitirá que os contribuintes americanos sejam “efetivamente reembolsados” pelos bilhões de dólares de ajuda militar à Ucrânia contra a invasão russa. No entanto, especialistas alertam que a extração de minerais raros pode levar mais de uma década para gerar retorno financeiro substancial.
Acordo de paz e segurança europeia
Além do acordo econômico, a principal pauta da visita será um possível tratado de paz com a Rússia, defendido por Trump como uma solução para encerrar o conflito. Na quinta-feira (27), em coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, Trump expressou confiança em um “acordo bem-sucedido e duradouro” e reiterou sua intenção de “parar a matança” tanto de soldados ucranianos quanto russos.
Contudo, a postura de Trump levanta preocupações entre aliados europeus, que temem que um acordo mediado sob sua liderança possa comprometer a soberania ucraniana. O premiê britânico, Keir Starmer, ressaltou a importância de uma paz que “não recompense o agressor” nem incentive regimes como o do Irã. Starmer também afirmou que o Reino Unido está disposto a aumentar seu apoio militar à Ucrânia, caso um acordo seja firmado, e confirmou o compromisso de elevar os gastos com defesa, o maior desde a Guerra Fria.
Starmer também entregou uma carta do rei Charles III, convidando Trump e a primeira-dama, Melania, para uma inédita segunda visita de Estado ao Reino Unido. Trump aceitou o convite, e os governos dos dois países irão definir a data do evento.