Imagens de satélite revelam expansão de base militar venezuelana na fronteira com o Essequibo, gerando tensão entre Venezuela e Guiana após acordo de diálogo.
O Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) em Washington divulgou imagens que mostram a Venezuela ampliando uma base militar na região, mesmo após acordo de resolução de disputa territorial pelo diálogo. Isso preocupa a Guiana, especialmente considerando a área rica em recursos naturais recuperada por Caracas.
O acordo, estabelecido após um referendo polêmico sobre a anexação do Essequibo, buscava resolver a disputa territorial entre os dois países. No entanto, as ações militares recentes da Venezuela indicam um desvio desse compromisso, levantando dúvidas sobre a sinceridade de Nicolás Maduro.
O diretor interino do programa para as Américas do CSIS, Christopher Hernandez-Roy, destacou a discordância entre as ações e as negociações diplomáticas recentes entre Venezuela e Guiana. Essa movimentação militar venezuelana, pode ser interpretada como uma estratégia de pressão ou como uma tentativa de influenciar as futuras decisões sobre o Essequibo.
Essa escalada de tensão também tem impacto regional, com o Exército brasileiro reforçando a segurança na fronteira com a Venezuela e a Guiana. Além disso, os Estados Unidos anunciaram maior cooperação com a Guiana na área de defesa.
A disputa pelo Essequibo, que remonta ao século 19, intensificou-se com a descoberta de grandes reservas de petróleo na região. A Guiana buscou a intervenção da Corte Internacional de Justiça (CIJ) para resolver o impasse, mas Maduro prefere negociações bilaterais, desafiando a autoridade da CIJ.
Hugh Todd, ministro das Relações Exteriores da Guiana, enfatizou que a movimentação militar venezuelana é uma tentativa de forçar seu país a abandonar o julgamento na CIJ e aceitar negociações diretas, preferidas por Caracas. Essa estratégia de pressão ameaça a estabilidade na região e a busca por uma solução pacífica para o conflito territorial.