“Israel anseia por um dia em que os povos do Oriente Médio — os Filhos de Abraão — viverão juntos em paz, cooperação e esperança.”
Em um encontro entre o presidente israelense Isaac Herzog e o Papa Leão XIV na quinta-feira, o Vaticano priorizou o retorno de reféns em uma declaração sobre o conflito de Gaza, alinhando-se à posição de Israel de que a libertação deles é fundamental para acabar com a guerra.
A Sala de Imprensa da Santa Sé confirmou a audiência de Herzog com o pontífice no Palácio Apostólico, seguida de conversas com o Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, e o Arcebispo Paul Gallagher, Ministro das Relações Exteriores do Vaticano.
Em uma declaração emitida em italiano e traduzida pelo The Daily Wire, o Vaticano enfatizou que “com boa vontade e decisões corajosas, bem como com o apoio da comunidade internacional, a libertação de todos os reféns pode ser alcançada, um cessar-fogo permanente pode ser alcançado com urgência, [e] a entrada segura de ajuda humanitária nas áreas mais afetadas pode ser facilitada”.
A priorização dos reféns marcou uma ênfase notável na mensagem do Vaticano, e que o Papa Leão XIV também reiterou, refletindo a insistência de Israel de que nenhuma resolução pode avançar até que aqueles levados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 sejam devolvidos.
Embora a declaração, emitida pela assessoria de imprensa da Santa Sé, também mencione a solução de dois Estados como “a única saída para a guerra em curso”, a assessoria de imprensa não atribuiu essa posição diretamente ao Papa Leão XIV.
O cardeal Parolin, que lidera a Secretaria de Estado desde 2013, tem sido uma figura central na diplomacia do Vaticano há muito tempo, moldando acordos que incluem o controverso reconhecimento do Estado da Palestina pela Santa Sé em 2015.
O papel de Parolin nas discussões de quinta-feira destaca sua influência. Como Secretário de Estado, Parolin continua responsável tanto pela política externa do Vaticano quanto pelas relações com as igrejas locais, incluindo comunidades cristãs em Israel e nos territórios palestinos. A declaração de quinta-feira reconheceu o “valor histórico” dos laços com Israel e destacou o papel das instituições cristãs em todo o Oriente Médio na promoção da educação, da coesão social e da estabilidade.
O presidente Isaac Herzog, em comunicado divulgado em italiano após o encontro, ressaltou o alinhamento entre ele e o Papa. “Sou profundamente grato ao Papa Leão XIV pela calorosa acolhida que recebi hoje no Vaticano. Antes de tudo, Israel está fazendo todo o possível para trazer de volta para casa os reféns mantidos em cativeiro brutal pelo Hamas. Israel anseia por um dia em que os povos do Oriente Médio — os Filhos de Abraão — viverão juntos em paz, cooperação e esperança.”
יצחק הרצוג Isaac Herzog on Twitter / X
Herzog acrescentou que “todos os líderes de fé e boa vontade devem se unir para pedir a libertação imediata dos reféns como um primeiro e essencial passo em direção a um futuro melhor para toda a região”. Ele também enfatizou o compromisso de Israel com a liberdade religiosa, com a proteção das comunidades cristãs na Terra Santa e no Oriente Médio em geral, e com o trabalho pela paz e estabilidade.
“A inspiração e a liderança do Papa no combate ao ódio e à violência e na promoção da paz em todo o mundo são apreciadas e vitais”, disse Herzog. “Espero aprofundar nossa cooperação por um futuro melhor de justiça e compaixão.”
