O chefe da política externa da União Europeia, Josep Borrell, afirmou nesta quarta-feira (31) que o bloco não poderá reconhecer os resultados das eleições na Venezuela até que todos os votos sejam contados e os registros sejam devidamente apresentados. A declaração surge em meio a preocupações internacionais sobre a integridade da votação.
A autoridade eleitoral venezuelana anunciou que o presidente Nicolás Maduro conquistou um terceiro mandato no domingo com 51% dos votos, estendendo seu governo socialista por mais um quarto de século, apesar das pesquisas que indicavam uma vitória da oposição.
Borrell observou que os resultados anunciados pela comissão eleitoral se basearam em apenas 80% dos votos contados, enquanto a oposição venezuelana divulgou resultados significativamente diferentes.
“Essa é uma razão adicional para não reconhecer os resultados até que eles sejam completamente e independentemente verificados,” declarou Borrell a repórteres durante sua visita ao Vietnã.
O bloco de 27 nações decidirá sobre os próximos passos possíveis somente após a disponibilização dos resultados completos, acrescentou.
Na terça-feira (30), manifestantes tomaram as ruas da Venezuela pedindo que Maduro reconheça a derrota na eleição, após um importante observador internacional afirmar que a votação foi antidemocrática.
O governo venezuelano qualificou as manifestações como uma tentativa de golpe.
O Carter Center, que monitorava a eleição, afirmou na terça-feira (30) que o processo não pode ser considerado democrático, pois “não atende aos padrões internacionais de integridade eleitoral”.
