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terça-feira, 16 dezembro, 2025
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Ucrânia renuncia à entrada na Otan em acordo para encerrar a guerra

Por Alexandre Gomes

Decisão de Zelensky busca cessar-fogo mediante garantias ocidentais

A Ucrânia renunciou à ambição de ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em troca de garantias de segurança do Ocidente como parte de um compromisso para encerrar a guerra com a Rússia, afirmou o presidente Volodymyr Zelensky à agência Reuters neste domingo, 14, antes de conversas com enviados dos Estados Unidos em Berlim. A mudança representa uma alteração relevante na posição de Kiev, que buscava a adesão à aliança como forma de proteção contra ataques russos, objetivo que consta na Constituição do país.

Segundo Zelensky, as garantias de segurança dos EUA, da Europa e de outros parceiros substituiriam a entrada na Otan como concessão ucraniana. “Desde o começo, o desejo da Ucrânia era entrar na Otan, estas são garantias reais de segurança, mas alguns parceiros dos EUA e da Europa não apoiaram essa direção”, disse o presidente, em resposta a perguntas de repórteres. Ele acrescentou que “garantias bilaterais de segurança entre Ucrânia e EUA (…) são uma oportunidade de impedir outra invasão russa”.

Rússia apresenta suas exigências à Ucrânia

A renúncia atende a uma das exigências da Rússia. O presidente Vladimir Putin tem reiterado que a Ucrânia deve abandonar oficialmente a ambição de entrar na Otan e retirar tropas de cerca de 10% da região de Donbass que Kiev ainda controla. Moscou também sustenta que a Ucrânia seja um país neutro e que não haja tropas da Otan em seu território. Fontes russas afirmaram anteriormente que Putin busca um compromisso “por escrito” das principais potências ocidentais para não expandir a aliança liderada pelos EUA para o leste.

Zelensky disse que Ucrânia, Europa e EUA analisam um plano de 20 pontos que culminaria em um cessar-fogo, e reiterou que Kiev não mantém negociações diretas com a Rússia. O presidente ucraniano defendeu uma paz “digna” e garantias de que a Rússia não voltará a atacar, às vésperas de reuniões com enviados norte-americanos e aliados europeus em Berlim.

Embora os detalhes dos encontros não tenham sido divulgados, um funcionário dos EUA afirmou que o enviado do presidente Donald Trump, Steve Witkoff, e o genro de Trump, Jared Kushner, viajaram à Alemanha para conversas com ucranianos e europeus. A escolha de Witkoff, que liderou negociações sobre uma proposta de paz dos EUA, sinalizou a percepção de Washington de que há chance de avanço quase quatro anos depois da invasão russa de 2022.

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