Durante uma reunião realizada nesta quinta-feira (7), altos funcionários ucranianos pressionaram o plano de Kiev, para encerrar o conflito de dois anos com a Rússia perante um enviado regional chinês, ao mesmo tempo em que apresentaram evidências do que afirmaram ser armamento norte-coreano fornecido a Moscou.
Andriy Yermak, chefe da administração presidencial da Ucrânia, comunicou através do Telegram que ele e sua equipe discutiram com Li Hui, representante especial da China para assuntos da Eurásia, a situação no campo de batalha e as propostas de paz de Kiev.
Yermak mencionou que o lado ucraniano abordou com Li Hui, as perspectivas de estabelecer uma paz justa para a Ucrânia, restaurando a integridade territorial e a soberania do país com base na fórmula de paz ucraniana.
O plano de paz da Ucrânia, conforme delineado pelo Presidente Volodymyr Zelenskiy, inclui a retirada de todas as tropas russas, a restauração das fronteiras pós-soviéticas de 1991 e um processo para responsabilizar a Rússia por suas ações.
Um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da China divulgado nesta sexta-feira (8), mencionou que Li teve “conversas francas e amigáveis” com Yermak sobre os laços entre os dois países e a crise ucraniana, sem fornecer detalhes específicos.
A Suíça comprometeu-se a sediar uma cúpula de paz e várias reuniões preparatórias já foram realizadas. Kiev tem buscado estreitar laços com Pequim, e a China participou de pelo menos uma dessas reuniões, embora a Rússia não tenha sido convidada.
Li, em sua segunda visita à Europa, se encontrou com um vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia em Moscou na semana passada, afirmando ser impossível discutir um acordo sobre a Ucrânia sem a participação de Moscou.
Em seu relato da reunião de quinta-feira (7), Yermak informou que a delegação chinesa foi apresentada a exemplos de fragmentos de mísseis e armas derrubados que, segundo eles, foram fabricados na Coreia do Norte e dados à Rússia para ataques contra a Ucrânia.
No mês passado, o procurador-geral da Ucrânia anunciou que especialistas descobriram que a Rússia disparou pelo menos 24 mísseis fabricados na Coreia do Norte ao longo de várias semanas.
O relato de Yermak sobre a reunião também incluiu as alegadas violações russas das convenções internacionais sobre prisioneiros de guerra e como a China poderia ajudar a garantir o retorno de crianças ucranianas deportadas. A Rússia nega tais deportações, alegando que as crianças foram retiradas da zona de guerra para sua própria segurança.