O presidente norte-americano também criticou Joe Biden por não ter impedido o avanço de facções venezuelanas nos EUA
Declarações recentes de Donald Trump voltaram a colocar Nicolás Maduro no centro das atenções internacionais, com o presidente dos Estados Unidos afirmando que o ditador venezuelano enfrenta um cenário de isolamento crescente.
Em entrevista ao canal Politico, divulgada nesta terça-feira, 9, Trump destacou que os dias de Maduro no poder estão no fim, em meio à intensificação das pressões norte-americanas.
Trump mencionou que, depois de operações navais no Mar do Caribe e no Oceano Pacífico, que resultaram na eliminação de mais de 80 criminosos, Washington pode adotar medidas mais rígidas contra o narcotráfico na Venezuela. No entanto, evitou detalhar possíveis ações militares terrestres.
“Não quero confirmar nem descartar”, disse o chefe da Casa Branca. “Não falo sobre isso. Por que eu falaria com vocês? Uma publicação extremamente hostil que recebeu US$ 8 milhões do [ex-presidente Barack] Obama para continuar operando? Por que eu faria isso?”
Trump acusa Maduro de enviar criminosos para os EUA
Durante a entrevista, Trump acusou Maduro de enviar milhões de pessoas para os EUA, incluindo criminosos e internos de instituições psiquiátricas.
“Posso dizer o seguinte: ele nos enviou milhões de pessoas, muitas vindas de prisões, muitos traficantes, chefões do tráfico, pessoas de instituições psiquiátricas”, afirmou Trump. “Ele as enviou para o nosso país, onde tínhamos um presidente muito estúpido. Você sabe disso.”
O republicano também voltou a criticar o ex-presidente Joe Biden e mencionou o Tren de Aragua, facção criminosa venezuelana presente em cidades norte-americanas.
“Biden é uma pessoa com baixo QI, especialmente hoje em dia”, disse o republicano. “Quer dizer, ele já tinha baixo QI há 30 anos, mas agora está ainda pior. E o que ele fez com o nosso país não foi bom. O Tren de Aragua, uma das gangues mais perigosas do mundo.”
Em seguida, indagado sobre o futuro do ditador Nicolás Maduro, Trump enfatizou: “Os dias dele estão contados”.
Trump critica lideranças europeias
Trump também se manifestou sobre a relação dos EUA com a Europa. Segundo ele, a continuidade da parceria depende de mudanças ideológicas no continente, citando preocupações com imigração e censura.
“Eles vão ter que mudar de ideologia, obviamente, porque as pessoas que estão entrando têm uma ideologia totalmente diferente”, afirmou. “Isso vai enfraquecê-los muito. Eles serão muito mais fracos e muito diferentes.”
O presidente norte-americano ainda afirmou conhecer a liderança europeia e avaliou negativamente o desempenho de alguns chefes de Estado.
“Eu conheço os bons líderes”, disse. “Conheço os maus líderes. Conheço os inteligentes e os estúpidos. Há alguns realmente estúpidos também. Mas, bem, eles não estão fazendo um bom trabalho. A Europa não está fazendo um bom trabalho em muitos aspectos.”
Críticas a Zelensky e eleições na Ucrânia
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, também foi alvo de críticas de Trump, que mencionou a proposta de paz dos EUA para o conflito com a Rússia. Segundo ele, Zelensky ainda não leu o documento.
“Bem, ele precisa ler a proposta”, frisou o norte-americano. “Na verdade, ele ainda não leu. Seria bom se ele lesse. Sabe, muita gente está morrendo. Então seria muito bom se ele lesse. A equipe dele adorou a proposta. Eles gostaram muito. Os assessores dele, os principais funcionários, gostaram, mas disseram que ele ainda não leu. Acho que ele deveria arranjar um tempo para ler.”
Trump reiterou que a Ucrânia deve realizar eleições presidenciais, suspensas por conta da Lei Marcial imposta devido à guerra.
“Sim, acho que está na hora”, afirmou. “Acho que é um momento importante para realizar uma eleição. Eles estão usando a guerra [como desculpa] para não realizar eleições, mas, bem, eu acho que o povo ucraniano deveria ter essa escolha. E talvez Zelensky ganhasse.”
“Não sei quem ganharia”, completou. “Mas eles não têm eleições há muito tempo. Eles falam de democracia, mas chega a um ponto em que deixa de ser democracia.”