A mobilização internacional em torno da crise se intensificou depois de declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em vídeo publicado nas redes sociais nesta quarta-feira, 5, ele afirmou que “o cristianismo enfrenta uma ameaça existencial na Nigéria” e que “milhares e milhares de cristãos estão sendo mortos”. Trump anunciou a inclusão da Nigéria na lista de Países de Preocupação Particular e afirmou que “os EUA não podem ficar de braços cruzados enquanto tais atrocidades acontecem”.
O presidente norte-americano declarou estar disposto a adotar medidas mais duras. “Faremos coisas que a Nigéria não aprovará e poderemos muito bem invadir esse país, agora desonrado, com armas em punho, para exterminar completamente os terroristas islâmicos que estão cometendo essas atrocidades horríveis”, escreveu.
_”Christianity is facing an existential threat in Nigeria. The United States cannot stand by while such atrocities are happening there, and in numerous other Countries. We stand ready, willing, and able to save our Great Christian Population around the World!” – President Trump _pic.twitter.com/1dSLMr7ApQ
_— The White House (@whitehouse) _November 5, 2025
Trump afirmou ainda que “os EUA estão prontos, dispostos e capazes de proteger sua grande população cristã ao redor do mundo”. A decisão de reclassificar a Nigéria provocou reação do governo local, que nega a existência de perseguição religiosa e classifica as mortes como “conflitos étnicos e por recursos”.
Desde 2020, ataques no país já deixaram mais de 20 mil mortos, segundo dados da Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (Acled). Boa parte dos confrontos ocorre entre pastores muçulmanos e agricultores cristãos na região central e no norte, onde se concentram os piores índices de violência extremista.