Declarações intensificam o clima de confronto em meio à expansão militar norte-americana no Caribe
Nas últimas semanas, Washington ampliou o aparato militar próximo à Venezuela, com navios de guerra, um submarino nuclear, caças F-35 e o grupo de ataque do porta-aviões USS Gerald R. Ford. A movimentação reforçou o cerco a organizações suspeitas de enviar drogas aos Estados Unidos. Dentro desse contexto, Donald Trump voltou a vincular a operação à repressão de redes de tráfico que atuam a partir do território venezuelano.
Durante uma videoconferência com integrantes das Forças Armadas, nesta quinta-feira, 27, o presidente afirmou que o país iniciará ações terrestres “muito em breve”. Ele declarou que a rota marítima sofreu forte redução e que o próximo foco será neutralizar grupos que atravessam fronteiras por terra. Segundo Trump, o governo norte-americano comunicou às organizações criminosas que não tolerará a entrada de substâncias ilícitas.
Pressão de Trump cresce sobre Caracas
Caracas sustenta que a campanha dos Estados Unidos busca provocar uma mudança de governo. O ministério de comunicações da Venezuela não comentou as novas declarações. Trump, porém, reiterou que as ações militares miram cartéis que tentam contornar o cerco naval.
Nos últimos dias, tanto Trump quanto Nicolás Maduro deram sinais públicos de que estariam dispostos a conversar. O norte-americano mencionou que pretende dialogar com o líder venezuelano em um “futuro não muito distante”, mas não detalhou quando ou onde o encontro poderá ocorrer. Enquanto isso, a pressão militar segue em expansão, e as declarações de Washington aumentam a tensão entre os dois países.