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domingo, 10 novembro, 2024
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Trump acusa Kamala de marxismo em debate nos EUA; Harris rebate com críticas às políticas de aborto

Por Marina B.

Na noite de terça-feira (10), Kamala Harris e Donald Trump participaram de um dos debates mais esperados da atual campanha presidencial dos EUA. Transmitido pela ABC News, o confronto marcou o primeiro encontro direto entre os principais candidatos à presidência, em um momento em que as pesquisas indicam um empate técnico entre o republicano e a democrata.

No início do debate, Kamala Harris desafiou Donald Trump ao associá-lo ao “Projeto 2025”, um extenso plano conservador de 922 páginas que detalha políticas que poderiam ser adotadas por uma administração republicana. Trump negou envolvimento com o documento e se defendeu dizendo que “todos sabem que sou um livro aberto”.

O projeto republicano, com uma abordagem combativa, acusou Harris de ser uma “marxista”. Trump associou Harris às ideias de seu pai, Donald J. Harris, um economista aposentado e ex-professor da Universidade de Stanford, afirmando que isso indicava uma agenda socialista.

“Seria o fim do nosso país. Todos sabem que ela é marxista. Seu pai era um professor marxista de economia e a ensinou bem”, declarou Trump, tentando vincular sua adversária a uma agenda socialista.

Kamala Harris, por sua vez, criticou duramente as políticas de Trump, focando especialmente em questões sociais e no aborto. Ela descreveu as posições de Trump sobre o aborto como “um insulto para as mulheres” e destacou o “impacto negativo” que, segundo ela, as medidas de Trump teriam na vida das mulheres americanas.

Harris defendeu firmemente o direito ao aborto e acusou Trump de indicar juízes para a Suprema Corte que derrubaram a Roe vs Wade e transferiram a decisão sobre o aborto para os estados.

“Não é necessário abandonar sua fé para entender que o governo, e Donald Trump certamente, não deveria dizer a uma mulher o que fazer com seu corpo”, afirmou Harris.

Trump reiterou sua posição de que o aborto deve ser regulamentado a nível estadual e acusou os democratas de terem políticas radicais sobre o tema. Ele também atacou Tim Walz, o candidato a vice-presidente de Harris, acusando-o de apoiar o aborto até os nove meses, o que Trump descreveu como uma “execução após o nascimento”, uma alegação que Harris repudiou.

Trump defendeu a proibição do aborto a partir das seis semanas, atualmente em debate na Flórida.

Durante o debate, Trump não poupou críticas ao desempenho de Harris no governo, afirmando que, se ela se tornasse presidente, os EUA se tornariam “uma Venezuela com esteroides”.

“Ela está destruindo este país, e se chegar a ser presidente, este país não terá nenhuma chance de sucesso, acabará sendo uma Venezuela com esteroides”, disse Trump.

O ex-presidente também atacou as propostas econômicas de Harris, alegando que ela não tinha um plano real para o país e que havia copiado as ideias do presidente Joe Biden.

“Ela não tem um plano. Copiou o plano de Biden, e é como quatro frases que dizem: ‘Oh, vamos tentar reduzir impostos’. Isso não é um plano”, ironizou Trump.

Harris, por sua vez, destacou suas propostas para apoiar famílias e pequenas empresas e criticou Trump por propor cortes de impostos que, segundo ela, beneficiaram apenas “milionários e grandes corporações”.

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