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sábado, 12 outubro, 2024
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The Economist: Europa está entre o estancamento e a esperança de revitalização

Por Alexandre G.

Recentemente, a Europa parece ter estagnado em diversos aspectos, independentemente do critério de comparação utilizado. Após o abalo causado pelo impacto energético decorrente da invasão russa da Ucrânia em 2022, a economia da União Europeia (UE) registrou um crescimento modesto de apenas 4% nesta década, contrastando com os 8% observados nos Estados Unidos. Desde o final de 2022, tanto a UE quanto o Reino Unido não apresentaram crescimento econômico. Além disso, a Europa enfrenta o desafio de um aumento nas importações provenientes da China. Embora isso beneficie os consumidores, pode prejudicar o setor manufatureiro e a estabilidade social e industrial.

Para complicar ainda mais a situação, há a possibilidade de Donald Trump retornar à Casa Branca em menos de um ano, potencialmente impondo tarifas pesadas às exportações europeias. Este cenário de infortúnio é preocupante para a Europa, que necessita de um crescimento econômico robusto para financiar gastos adicionais com defesa, especialmente diante da redução do apoio americano à Ucrânia, e para alcançar metas relacionadas à energia limpa.

O eleitorado europeu está cada vez mais desiludido e propenso a apoiar partidos de direita agressiva, como a Alternativa para a Alemanha. Além disso, antigos obstáculos ao crescimento, como o envelhecimento populacional, agências reguladoras excessivamente grandes e a falta de integração entre os mercados, continuam sem solução.

Diante desse contexto desafiador, os governos europeus estão agindo com frenesi para encontrar respostas adequadas. No entanto, é necessário cautela, pois erros por parte dos líderes europeus poderiam agravar ainda mais a situação já delicada. Apesar das dificuldades enfrentadas, há boas notícias: o pior dos impactos do choque energético parece ter passado, com uma significativa redução nos preços dos combustíveis em relação ao pico anterior.

No entanto, outros desafios ainda estão por vir. A desaceleração deflacionária na China exige uma resposta adequada, especialmente considerando o foco do governo chinês em estimular as manufaturas, em vez de incentivar o consumo doméstico. Enquanto isso, a possibilidade de uma nova rodada de guerra comercial liderada pelos Estados Unidos ameaça as exportações europeias, colocando em risco as relações comerciais globais.

Diante desse cenário complexo, a Europa precisa adotar uma abordagem cuidadosa e estratégica. Em vez de recorrer ao protecionismo, a Europa deve investir em infraestrutura, educação e pesquisa e desenvolvimento, enquanto promove a integração do mercado de serviços e reforma sua regulamentação pesada e fragmentada. Somente assim será possível enfrentar os desafios atuais e impulsionar o crescimento econômico de forma sustentável, mantendo-se fiel à sua realidade e aos seus valores.

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