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quinta-feira, 31 outubro, 2024
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Repressão brutal: 17 mortos e 1.062 presos em protestos contra a fraude de Nicolás Maduro

Por Marina B.

O Ministério Público da Venezuela, sob a liderança de Tarek William Saab, atualizou nesta quarta-feira (31) o número de presos para 1.062 desde o início das manifestações contra os resultados das eleições de domingo. No entanto, o procurador não divulgou informações sobre o número de mortos, que, segundo a organização Foro Penal, já é de 17.

Durante uma coletiva de imprensa, Saab desafiou as organizações internacionais a reconhecerem os detidos como criminosos e reiterou que não haverá clemência para os envolvidos nos protestos, prometendo longas penas de prisão para aqueles que forem considerados culpados.

Os números oficiais fornecidos pelo Ministério Público são significativamente maiores do que os relatados por organizações independentes como o Foro Penal, que registrou 429 prisões nas últimas 48 horas. Enquanto o governo chavista alega, sem apresentar provas, estar sendo alvo de um golpe de Estado, a oposição acusa a administração de Nicolás Maduro de fraudar os resultados eleitorais, que anunciaram sua vitória com 51% dos votos sobre o candidato Edmundo González Urrutia.

Desde segunda-feira, os protestos nas ruas da Venezuela resultaram em prisões, mortes e centenas de feridos. O Ministério Público não divulgou um número total de mortos, mencionando apenas um militar na terça-feira (30). No entanto, o Foro Penal confirma ao menos 11 mortes em Caracas e Barinas.

A líder da oposição, María Corina Machado, divulgou números diferentes em suas redes sociais, destacando mais de 177 prisões arbitrárias, 11 desaparecimentos forçados e pelo menos 16 mortes nas últimas 48 horas. Entre os desaparecidos está Freddy Superlano, líder do partido Voluntad Popular, que foi levado por agentes do regime na terça-feira. O partido exigiu acesso imediato ao regime para verificar a integridade física de Superlano.

A oposição também denuncia uma repressão crescente contra seus membros, incluindo aqueles asilados na embaixada argentina em Caracas, onde alegam que as forças de segurança estão fazendo um cerco.

Além disso, nesta quarta-feira, Maduro prometeu entregar “100% dos documentos” da votação contestada que resultou em sua reeleição. Em uma declaração na sede do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), Maduro afirmou estar pronto para uma auditoria completa da eleição e se disse disposto a ser investigado.

Apesar da promessa de transparência, a Suprema Corte, que é amplamente alinhada com o governo de Maduro, ainda não divulgou os resultados impressos dos centros de votação, como fez em eleições anteriores. Maduro continuou a alegar uma conspiração contra seu governo e um possível hackeamento do sistema eleitoral, mas não forneceu detalhes ou evidências.

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