De acordo com uma decisão do Ministério do Interior, publicada no jornal oficial La Gaceta, o registro de 1.500 ONGs foi cancelado devido à falta de declaração das suas demonstrações financeiras, que não foram apresentadas por períodos que variam de um a 35 anos. As propriedades dessas organizações serão confiscadas pelo Estado.
Esse é o maior fechamento em massa de ONGs já decretado pelo governo nicaraguense, elevando para mais de 5.100 o número total de organizações civis dissolvidas desde 2018.
Após os protestos contra o regime do presidente Ortega em 2018, que resultaram em mais de 300 mortes em três meses, a Nicarágua intensificou seu arsenal jurídico. Entre as ONGs fechadas estão principalmente organizações religiosas, mas também associações de caridade, esportivas, indígenas e de veteranos do regime sandinista.
O governo de Ortega acusa particularmente a Igreja Católica de apoiar os protestos antigovernamentais de 2018.
Daniel Ortega, que governou durante a década de 1980 após a revolução sandinista, retornou ao poder em 2007 e foi reeleito em eleições não reconhecidas por Washington, União Europeia e organismos internacionais.
(Com informações da AFP)